Homem passeando com o pet: coleiras inteligentes são um tipo de Pet IoT (André Coelho/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 30 de maio de 2023 às 07h00.
A Internet das Coisas (IoT) é uma tecnologia em desenvolvimento, mas, mesmo em fase inicial, já alterou a forma como o ser humano se relaciona e realiza funções básicas no dia a dia. Facilitando desde ações como ligar e desligar a TV até a coleta de dados de clientes, a técnica tem impactado até mesmo a vida dos pets, sobretudo no que se refere à saúde e à segurança.
“Com a IoT, podemos automatizar tarefas, melhorar a segurança, otimizar o uso de recursos, obter insights por meio da análise de dados e muito mais. Além disso, a Internet das Coisas terá um papel importante na transformação digital, afetando áreas como agricultura, saúde, transporte, manufatura e, claro, animais de estimação”, explica Felipe Coimbra, CEO da Nexus Tecnologia (empresa de serviços de TI).
A seguir, o especialista e a professora Gedeane Kenshima, engenheira de controle e automação, explicam como a Internet das Coisas se aplica ao universo animal e as vantagens para os tutores. Veja!
De acordo com Felipe Coimbra, a Internet das Coisas é um termo tecnológico que se refere à conexão digital de objetos cotidianos à internet. Ou seja, itens que normalmente não teriam essa capacidade são conectados à rede, o que permite que eles se comuniquem e forneçam informações.
“É qualquer dispositivo conectado à internet que pode coletar, enviar e/ou receber dados. Isso inclui tudo, desde smartphones e relógios inteligentes até geladeiras, máquinas de lavar, carros, lâmpadas e brinquedos. No contexto dos animais de estimação, os dispositivos IoT incluem coleiras inteligentes, alimentadores automáticos, brinquedos interativos, câmeras de vigilância, entre outros [itens]”, diz o profissional.
Conforme explica a professora Gedeane Kenshima, para ser considerado um aparelho de pet IoT, não basta o dispositivo estar conectado à internet. Claro que esse é um dos fatores determinantes, porém, para funcionar, a tecnologia também necessita de troca de dados via identificação.
“Para ser um dispositivo IoT, ele precisa ser identificado na rede. Esta identificação é feita através de um número IP (Internet Protocol). Após identificado, [o dispositivo] pode coletar dados através de sensores, que, ao serem conectados à rede, enviam estes dados para serem processados, gerando serviços de monitoramento, armazenamento e atuando sobre o ambiente“, esclarece a especialista.
As vantagens dos dispositivos IoT para os pets são inúmeras. Contudo, assim como outros aparelhos, a tecnologia também possui as suas controvérsias. Felipe Coimbra e Gedeane Kenshima elencam os pontos positivos e os negativos da técnica:
Oferecendo tranquilidade e conforto aos tutores, os aparelhos IoT permitem que os usuários monitorem os animais mesmo a distância, podendo interagir, brincar, rastrear e até oferecer comida.
Por meio dos dispositivos, os tutores também podem coletar e armazenar dados para verificar se os bichanos estão comendo e se exercitando adequadamente. Além disso, recebem insights sobre a saúde dos pets.
Por estarem conectados à internet, os aparelhos podem ser vulneráveis a ataques de hackers e, por coletarem muitos dados, podem causar problemas com a privacidade de informações.
Para funcionarem, os aparelhos requerem internet e, uma vez desconectados, perdem as suas funções. Em contrapartida, a sua utilização em excesso pode gerar distância e solidão nos animais. “A proximidade entre as partes é importante para o bem-estar de ambos”, diz a professora Gedeane Kenshima.
Mesmo o preço da maioria dos dispositivos IoTs sendo acessível, é bom lembrar que a tecnologia ainda é relativamente nova e os seus custos podem ser altos. “Embora os preços estejam caindo à medida que a tecnologia se torna mais comum, alguns dispositivos IoT ainda podem ser caros”, expõe Felipe Coimbra.
Segundo dados de uma pesquisa realizada pelas empresas DogHero e PetLove, em 2021, cerca de 54% dos 2.665 entrevistados para o estudo adotaram um pet durante a pandemia. Destes, apenas 28% trabalham em home office e 18% em sistema híbrido. O restante teve que adaptar a rotina para conciliar os cuidados com os animais. Nesse sentido, os produtos pet IoT surgiram como uma solução e, entre os mais populares, estão: