cantact (Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2015 às 07h58.
Um ex-estagiário da Tesla Motors criou um aparelho de código aberto que promete simplificar o acesso a sistemas de carros conectados, facilitando modificações e a correção de possíveis vulnerabilidades que possam ser exploradas por hackers.
Baseado na linguagem Python, o CANtact pode permitir a pesquisadores testar carros em busca de vulnerabilidades, algo que, segundo seu criador Eric Evenchick, pode fazer as montadoras se importarem mais com a invasão de sistemas de carros.
O CANtact é o primeiro hardware do tipo. Evenchik trabalhou como estagiário na Tesla Motors e foi responsável pelo desenvolvimento de parte do software do carro elétrico da empresa de Elon Musk.
A principal funcionalidade do CANtact é realizar diagnósticos na chamada área de controle da rede do carro (CAN, na sigla em inglês), um sistema encontrado na maioria dos carros produzidos atualmente e que registra e envia dados do resto do veículo.
Assim, qualquer pessoa que saiba Python pode começar a testar quais funções de seu carro podem ser acessadas por meio de seu computador. O hardware que conecta o laptop com a entrada de diagnostico do carro, chamada de OBD2.
O CANtact irá custar 59,95 dólares (cerca de 190 reais), e, por enquanto, apenas 100 unidades do dispositivo serão produzidas. Mas como o hardware e o software do aparelho estão em código aberto, ele pode ser replicado por qualquer pessoa que entenda de programação.
Nos últimos meses, a comunidade da segurança de informação passou a alertar sobre as vulnerabilidades dos sistemas de carros conectados, cada vez mais comuns nas ruas do planeta.
Estudos revelam que quase todos os carros conectados são vulneráveis a ataques. A DARPA, agência de pesquisa e inovação das Forças Armadas dos Estados Unidos, conseguiu invadir e controlar remotamente um carro a partir de um laptop. Até mesmo um garoto de 14 anos conseguiu criar um sistema para invadir veículos.
Em 2014, o senado dos Estados Unidos enviou uma carta a 20 montadoras americanas, pedindo esclarecimentos a respeito do que elas estavam fazendo para combater invasões em carros e caminhões. Apenas sete das empresas responderam.
Mas, no começo do ano, as maiores montadoras do planeta anunciaram a criação de um grupo de estudos para entender e desenvolver mecanismos de proteção aos sistemas de carros conectados.