google (Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2015 às 06h36.
Funcionários da Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos recomendavam a abertura de processo contra o Google em 2012 por causa de práticas contrárias à livre concorrência e abuso de monopólio de mercado, revelou nesta quinta-feira (19) o The Wall Street Journal.
A ação teria sido o maior caso antitruste desde que o Departamento de Justiça processou a Microsoft nos anos 90. As recomendações contrastam com a decisão dos cinco comissários da FTC, que votaram, de forma unânime, pelo fim da investigação contra o Google depois que a empresa decidiu mudar algumas práticas questionadas em 2013.
O The Wall Street Journal afirmou que as recomendações dos funcionários da FTC têm grande influência sobre os comissários. São, além disso, privadas, mas foram publicadas neste caso por causa de um erro na divulgação de outros documentos.
Na época da votação, a FTC tinha feito recomendações opostas aos comissários. Outro relatório do departamento econômico do órgão recomendava não processar o Google.
Jon Leibowitz, presidente da FTC na época que a agência decidiu a favor do Google, disse logo após a decisão, em 2013, que as mudanças voluntárias que a empresa tinha adotado eram a melhor opção possível para resolver o problema.
Já o principal assessor legal do Google, Kent Walker, afirmou em nota nesta quinta-feira que "após uma revisão exaustiva de 19 meses, os funcionários da FTC e os cinco comissários concordaram que não existia necessidade de mudança na forma como o Google classifica e mostra os resultados de suas buscas".
"Desde que a investigação foi encerrada há dois anos, aumentamos as formas nas quais as pessoas procuram informações em linha, o que permite que os consumidores tenham mais opções do que nunca", acrescentou o assessor.
O relatório revelado hoje afirma que a conduta do Google "ajudou a manter, preservar e aumentar sua posição monopolística no mercado de busca e publicidade, em violação da lei". O comportamento da empresa teria efeitos negativos duráveis no bem-estar dos consumidores, na avaliação dos funcionários do órgão.
O The Wall Street Journal afirma que o documento pode levar os concorrentes do Google a prestar novas queixas, redobrando a pressão das autoridades, especialmente europeias, sobre o gigante da tecnologia com sede em Mountain View, na Califórnia.