Tecnologia

EUA pede novo adiamento da 5G para estudar interferência com aviões

Fabricantes de aviões europeu Airbus e americano Boeing expressaram recentemente "preocupação" com a possível interferência da 5G em radioaltímetros, dispositivos que os aviões usam para medir a altitude

Avião se aproxima do aeroporto internacional Sir Seewoosagur Ramgoolam, nas ilhas Maurício. (AFP/AFP)

Avião se aproxima do aeroporto internacional Sir Seewoosagur Ramgoolam, nas ilhas Maurício. (AFP/AFP)

A

AFP

Publicado em 1 de janeiro de 2022 às 17h28.

As autoridades americanas pediram às operadoras de telecomunicações AT&T e Verizon que adiem em até duas semanas o lançamento de suas redes 5G, que já tinha sido remarcado, em meio a incertezas sobre a possível interferência em vitais equipamentos de voo.

Quais são os maiores desafios da ciência em 2022? Entenda assinando a EXAME.

A implantação da tecnologia de banda larga móvel de alta velocidade, inicialmente programada para 5 de dezembro, já tinha sido adiada e devia ser realizada em 5 de janeiro. Mas os fabricantes de aviões europeu Airbus e americano Boeing expressaram recentemente "preocupação" com a possível interferência da 5G em radioaltímetros, dispositivos que os aviões usam para medir a altitude.

O secretário de Transportes dos Estados Unidos, Pete Buttigieg, e o chefe da Administração Federal de Aviação, Steve Dickson, fizeram sua solicitação em uma carta enviada na sexta-feira a AT&T e Verizon, duas das maiores operadoras de telecomunicações do país.

A carta oficial pediu às empresas que "continuem fazendo uma pausa na introdução do serviço comercial de banda C", nível de frequência usado para a 5G, "por um período adicional curto de não mais de duas semanas após a data de implementação, prevista atualmente para 5 de janeiro".

As empresas não responderam de imediato a um pedido de comentários.

Os funcionários americanos asseguraram às empresas que o serviço 5G poderá começar a funcionar "segundo o planejado, em janeiro, com certas exceções ao redor de aeroportos prioritários".

A esse respeito, informaram que sua prioridade foi "proteger a segurança dos voos, ao mesmo tempo em que garantem que a implantação da 5G e as operações de aviação podem coexistir com toda a segurança".

Em fevereiro passado, Verizon e AT&T receberam autorização para começar a usar faixas de frequência de 3,7 a 3,8 GHz em 5 de dezembro, depois de obter licenças no valor de dezenas de bilhões de dólares. Mas após a divulgação da preocupação da Airbus e da Boeing pela possível interferência, a data de lançamento foi adiada para janeiro.

A FAA pediu mais informações sobre os equipamentos e emitiu diretrizes limitando o uso de altímetros em certas situações, o que gerou temores nas companhias aéreas sobre os possíveis custos.

Quando Verizon e AT&T escreveram às autoridades federais em novembro para confirmar sua intenção de começar a implementar a 5G em janeiro, disseram que tomariam precauções adicionais para além das exigidas pela lei americana até julho de 2022, enquanto a FAA conclui sua investigação.

O conflito entre as redes 5G e os equipamentos dos aviões levou as autoridades francesas a recomendarem em fevereiro que os passageiros a bordo desliguem os celulares com esta tecnologia.

Acompanhe tudo sobre:5G

Mais de Tecnologia

Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble