Repórter
Publicado em 5 de setembro de 2024 às 14h32.
Última atualização em 5 de setembro de 2024 às 14h39.
A administração Biden anunciou novos controles de exportação para tecnologias críticas, como computação quântica e bens relacionados a semicondutores, buscando impedir o avanço de países adversários, principalmente a China. As novas regras afetam computadores quânticos, ferramentas avançadas de fabricação de chips e uma tecnologia de semicondutor de ponta chamada gate all-around, além de componentes e softwares ligados a metais e ligas metálicas.
Essas restrições se aplicam a todas as exportações globais, mas há exceções para países que adotarem medidas semelhantes, como Japão e Holanda, e a expectativa do Departamento de Comércio é que outras nações sigam o exemplo. Segundo o órgão, essa aliança visa dificultar que adversários desenvolvam e implantem essas tecnologias de maneira que ameacem a segurança coletiva.
A pressão de Washington sobre a China não é nova. Nos últimos anos, os EUA têm intensificado medidas para limitar o acesso de adversários a tecnologias avançadas necessárias para a inteligência artificial. O temor é que o acesso a chips e componentes de ponta possa conferir vantagem militar a Pequim.
As novas regras são semelhantes às amplas restrições impostas unilateralmente pelos EUA em 2022, envolvendo semicondutores, e que foram coordenadas com aliados estratégicos. As medidas atuais passarão por um período de consulta pública de 60 dias antes de serem oficializadas.
Além disso, o governo dos EUA trabalha em outro pacote de restrições focado no acesso da China a chips de alta largura de banda, essenciais para IA, e a uma série de ferramentas de fabricação de semicondutores. Embora a intenção seja adotar medidas globais, há exceções previstas para países aliados, como Japão e Holanda, que abrigam empresas essenciais para a cadeia de suprimentos de chips.
Washington tem pressionado esses países a adotar regras semelhantes, enfrentando, porém, resistência. Tanto Japão quanto Holanda já impuseram algumas restrições em 2022, mas com diferenças que frustram empresas americanas. No entanto, os EUA continuam buscando uma estratégia multilateral para fechar essas lacunas, com avanços recentes nas negociações com a Holanda.
O esforço norte-americano de alinhamento com seus principais aliados é crucial para fechar brechas no controle da disseminação de tecnologias avançadas. Países como Japão e Holanda, que têm empresas líderes no setor de semicondutores, são peças centrais nesse jogo diplomático.
No entanto, a relutância desses governos em prejudicar suas indústrias nacionais e o temor de retaliações comerciais da China complicam o quadro. Apesar disso, o alinhamento gradual dessas nações com as políticas de Washington pode ser determinante para conter o avanço tecnológico da China em áreas críticas.