Tianhe-2: "acredita-se que o Tiahhe-1A e o Tianhe-2 são usados em atividades envolvendo pesquisas de armas nucleares", diz texto do governo dos EUA (Jack Dongarra / Divulgação)
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2015 às 20h47.
Hoje o mais potente supercomputador do mundo, o chinês Tianhe-2 perdeu seu fornecedor de chips, a Intel.
Mas não por uma decisão da fabricante de processadores, que até tentou continuar exportando hardware, e sim por uma exigência do governo dos EUA.
Em um documento liberado neste ano, o departamento de comércio do país diz ter incluído Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa (UNTD) chinesa, onde fica a máquina, e outras instituições em sua Lista de Entidades perigosas.
Baseado em fatos “específicos e articulados”, o texto afirma que há motivos para acreditar que os nomes estão envolvidos em atividades contrárias aos interesses dos EUA na segurança nacional.
“Especificamente, a UNTD já usou núcleos, placas e processadores de origem norte-americana para produzir os supercomputadores Tianhe-1A e Tianhe-2”, diz o texto oficial.
“E acredita-se que o Tiahhe-1A e o Tianhe-2 são usados em atividades envolvendo pesquisas de armas nucleares.”
Os responsáveis pelos dois computadores negam esses usos, mas as exportações para a UNTD e outras 10 instituições – mais três chinesas (incluindo as que hospedam as máquinas), quatro paquistanesas e três árabes – ficaram proibidas pelos EUA.
Esse bloqueio impedirá que a capacidade do TianHe-2 seja ampliada, como era o plano dos desenvolvedores para este ano.
Atualmente, o supercomputador tem capacidade de pouco mais de 33 petaflop/s, ou cerca de 33 quatrilhões de cálculos de ponto flutuante por segundo, graças aos mais de 80 mil chips Intel Xeon que rodam em seu interior.
Já é um número que impressiona – ainda mais se levarmos em conta que o segundo supercomputador mais potente do mundo, localizado nos EUA, tem “apenas” 17 petaflop/s –, mas a ideia era aumentá-lo para 110 petaflop/s com alguns upgrades.
O avanço, portanto, será freado, mas talvez não por muito tempo, como acredita o site VRWorld.
Segundo a reportagem do site, a tendência é que, com esse corte de relações, fabricantes chineses de chips comecem a tomar a dianteira no país para diminuir a dependência com os EUA.
Isso deve fazer com que novas (e fortes) fabricantes de processadores, apoiadas pelo governo local, apareçam no mercado em breve para concorrer com a bloqueada Intel.