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EUA consideram improvável processar Assange por documentos

Informação é do jornal The Washington Post, e cita autoridades americanas não identificadas; Assange saudaria comunicado sem acusações contra ele

assange (Getty Images)

assange (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2013 às 07h20.

O fundador do site WikiLeaks, que publicou documentos secretos americanos, corre pouco risco de ser processado nos Estados Unidos por ter divulgado centenas de milhares de arquivos sensíveis, noticiou nesta terça-feira o jornal The Washington Post, citando autoridades americanas não identificadas.

O advogado de Assange, Barry Pollack, tomou nota do artigo, mas declarou à AFP que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos não fez qualquer declaração formal.

Assange "saudaria um comunicado formal e inequívoco do Departamento de Justiça de que não haverá acusações levantadas contra ele", afirmou Pollack.

Um porta-voz do Departamento de Justiça recusou-se a fazer comentários a respeito.

Desde junho de 2012, Assange está na embaixada equatoriana para evitar ser extraditado para a Suécia, onde é acusado de abuso sexual.

Assange teme ser extraditado da Suécia para os Estados Unidos, onde seria julgado pela publicação de documentos diplomáticos e militares secretos daquele país no site WikiLeaks.

Em agosto passado, Bradley Manning, um soldado do Exército americano, foi sentenciado a 35 anos de prisão por vazar 700 mil documentos secretos para o WikiLeaks.

No entanto, segundo o Post, o Departamento de Justiça estaria perto de decidir não apresentar acusações contra Assange, mesmo que o grande júri que investiga o vazamento maciço de informações permaneça convocado.

Os advogados do governo acreditam que não poderiam processar Assange sem também levar à Justiça jornalistas americanos e veículos de imprensa que participaram de alguma forma do vazamento, o que eles não vão fazer, segundo o Post.

Assange teria que ser processado "por algo diferente da publicação de informações, como invadir uma rede", declarou à AFP o ex-porta-voz do Departamento de Justiça, Matthew Miller.

"Parece que nunca encontraram algo assim", continuou Miller, apesar da investigação do grande júri se estender por quase três anos.

Segundo Miller, a situação de Assange é similar à de Glenn Greenwald, jornalista do jornal britânico The Guardian, que publicou informações fornecidas pelo ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA), Edward Snowden.

O procurador-geral Eric Holder declarou ao Post, em entrevista publicada no início do mês, que o Departamento de Justiça ainda está tentando repatriar Snowden, mas que não tinha planos de processar Greenwald.

"Segundo a lei americana, vazar informação secreta absolutamente é crime", disse Miller. Mas publicar informação secreta é uma questão muito diferente e ninguém nunca foi acusado de publicar informação secreta".

Fay Brundage, porta-voz do gabinete do procurador do distrito de Virgínia oriental, encarregado da investigação do WikiLeaks, disse que a mesma ainda está em andamento.

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