Julian Assange, fundador do site WikiLeaks (Dan Kitwood/Getty Image)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2010 às 20h56.
Washington - As autoridades dos Estados Unidos estão conduzindo uma investigação criminal intensiva sobre a divulgação de milhares de documentos sigilosos do governo pelo site WikiLeaks, informou o secretário da Justiça, Eric Holder, na segunda-feira.
"Existe uma investigação criminal ativa em curso, que estamos conduzindo em cooperação com o Departamento da Defesa", disse Holder em entrevista coletiva. "Ainda não estamos em condição de anunciar o resultado da investigação."
Ele afirmou que o vazamento de documentos sigilosos publicados domingo, em sua maioria mensagens de telex de embaixadas norte-americanas em diversos países, coloca em risco diplomatas norte-americanos e outras pessoas que estejam auxiliando os EUA.
"Na medida em que pudermos identificar qualquer pessoa envolvida com a violação das leis norte-americanas e que tenha colocado em risco os ativos e as pessoas que descrevi, ela será responsabilizada judicialmente", disse Holder.
O secretário afirmou que se existem lacunas nas leis do EUA quanto à revelação de informações sigilosas, o governo do presidente Barack Obama procurará a colaboração do Congresso para fechá-las.
O WikiLeaks divulgou mais de 400 mil arquivos secretos dos EUA sobre a guerra do Iraque em outubro, e dezenas de milhares de documentos militares sobre a guerra do Afeganistão em julho.
Não foram apresentadas acusações federais no caso WikiLeaks. A investigação até o momento vem se concentrando em Bradley Manning, antigo analista de inteligência do exército norte-americano no Iraque.
Manning foi detido pelas forças armadas norte-americanas e acusado de divulgar um vídeo confidencial que mostrava um ataque por helicóptero no qual 12 pessoas morreram no Iraque em 2007, entre as quais dois jornalistas da Reuters.
O australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, disse que a investigação norte-americana é sobre o site diretamente. Holder deixou claro que o fato de que Assange seja estrangeiro e não viva nos EUA não o isenta de processo.
"Vamos agir para remover as lacunas nas leis norte-americanas, mas isso não significa que, a essa altura, alguém que não seja cidadão ou residente do país esteja livre das investigações em curso", afirmou o secretário.