Alergia (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 06h14.
Um estudo divulgado pela revista "Nature" nesta quarta-feira (17) mostra que o bloqueio da proteína Mrgprx2, encontrada nos mastócitos - tipo de célula do tecido conjuntivo -, pode ser uma estratégia terapêutica eficaz para reduzir reações alérgicas causadas por remédios.
O experimento, realizado pela Universidade John Hopkins em Baltimore (EUA) e liderado pelo pesquisador Xinzhong Dong, conclui que a proteína Mrgprx2 é responsável por diversas reações alérgicas como erupções cutâneas, anafilaxia e alterações na frequência cardíaca.
"Em nossa pesquisa analisamos em ratos mutantes transgênicos como os mastócitos liberam histamina e outras substâncias em resposta a medicamentos utilizados clinicamente", disse à Agência Efe Xinzhong Dong.
"Observamos que os mastócitos que não tinham esta proteína receptora não respondiam com uma reação alérgica aos remédios, ou seja, os ratos sem esta proteína não desenvolviam nenhuma alergia", disse Dong.
Os mastócitos são células do tecido conjuntivo, provenientes das células-tronco, da medula óssea, que participam dos processos inflamatórios e alérgicos. Além disso, estas células se encontram na maioria dos tecidos do corpo e sintetizam e armazenam histamina, uma substância importante nas respostas alérgicas, assim como heparina, um anticoagulante.
O grupo de cientistas demonstrou que o receptor Mrgprb2, que se encontra nos mastócitos do rato (equivalente ao Mrgprx2, nos seres humanos), é a única proteína implicada em certas reações alérgicas. O estudo aponta a possibilidade da redução das reações alérgicas causadas por remédios a partir do bloqueio deste receptor.
"Ambas as versões, tanto em ratos como em humanos, são proteínas presentes unicamente nos mastócitos, que, ao serem ativadas pelos remédios, enviam sinais às células para que liberem histamina e outros reativos", explicou Dong.
Os resultados do experimento mostram que os ratos que não tinham a proteína Mrgprb2 em seus mastócitos não apresentavam reações alérgicas como erupções cutâneas, anafilaxia ou alterações em da frequência cardíaca.
Os especialistas concluem que tratamentos para bloquear a proteína receptora Mrgprx2 nos seres humanos poderiam aliviar as reações alérgicas relacionadas a remédios.