snowden (AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
Quito - O governo do Equador disse nesta terça-feira que espera uma informação por escrito dos Estados Unidos sobre a situação legal do ex-técnico terceirizado da Agência de Segurança Nacional (NSA), Edward Snowden, que solicitou asilo político a Quito após revelar programas secretos de espionagem do governo americano.
O chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, que se encontra em uma visita oficial no Vietnã, afirmou que, por enquanto, os EUA ainda não enviaram nenhuma comunicação escrita sobre a situação de Snowden, informou o "El Ciudadano", site do governo equatoriano.
Segundo Patiño, as comunicações de seu país com Washington sobre este caso foram verbais até o momento e, por isso, solicitou às autoridades americanas um pronunciamento por escrito para analisá-lo conjuntamente com o pedido de asilo de Snowden.
O ex-técnico da NSA sacudiu os EUA com suas revelações sobre programas de espionagem telefônico e informático empreendidos pelo governo americano.
A Justiça americana solicitou a extradição de Snowden para processá-lo por ter vazado informação confidencial e ter violado uma lei de espionagem.
O acusado, por sua parte, assegurou em seu pedido de asilo ao Equador que sua vida corre perigo se for repatriado aos EUA.
Snowden, segundo confirmou hoje o presidente russo, Vladimir Putin, se encontra em uma zona de passagem do aeroporto de Moscou, e não será extraditado, por não existir tratado desse tipo com os EUA
Enquanto isso, o governo equatoriano analisa o pedido de asilo de Snowden, que poderia seguir o caminho do fundador do Wikileaks, Julian Assange, que obteve esse status concedido por Quito, embora permaneça há mais de um ano na embaixada equatoriana em Londres, à espera de um salvo-conduto para poder sair desse país.
As autoridades britânicas ratificaram que têm a ordem de deter Assange para entregá-lo à Justiça da Suécia, onde é requerido por denúncias de supostos crimes sexuais, que ele nega.
Assange também expressou seu temor que se, eventualmente, for extraditado à Suécia, esse país poderia entregá-lo aos EUA, onde poderia enfrentar acusações e penas de prisão perpétua ou pena de morte.