Os sócios-fundadores da Mosaico, Guilherme Pacheco (terceiro à esquerda), José Guilherme Pierotti e Roberto Malta, além de executivos da empresa e Gilson Finkelsztain, presidente da B3 (à direita), na cerimônia de estreia na bolsa (Cauê Diniz/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 20 de outubro de 2021 às 17h25.
Última atualização em 21 de outubro de 2021 às 12h01.
Os últimos 12 meses foram marcados por aberturas de capital de empresas de tecnologia no Brasil. Alguns exemplos emblemáticos são Locaweb, Mosaico, Enjoei, Intelbras e Multilaser. Essa é uma tendência que veio para ficar? Esse foi um dos temas discutidos no painel “As techs invadem o MM”, da premiação Melhores e Maiores 2021, realizada pela EXAME.
Participaram do debate Alex Szapiro, líder do Brasil e parceiro operacional do SoftBank Group International, Guilherme Pacheco, cofundador e membro do conselho da Mosaico, e Roberto de Carvalho, vice-presidente da América do Sul da Dynatrace. A mediação foi de Lucas Agrela, editor da EXAME.
Para Pacheco, a resposta é sim, a bolsa ficará cada vez mais cheia de grandes companhias e startups do ramo. “A tendência é que a gente veja cada vez mais empresas de tecnologia abrindo capital aqui no Brasil”, diz. A Mosaico espera um impacto positivo de longo prazo para seus negócios devido ao aumento de consumidores fazendo compras via internet. A Mosaico é uma das pioneiras do setor de e-commerce no Brasil e dona das plataformas de comparação de preços Zoom, Buscapé e Bondfaro. No dia do IPO, em fevereiro deste ano, as ações da Moisaco dispararam 97%. "Pouco mais de dez anos atrás, não víamos companhias brasileiras listadas na Nasdaq e poucas na B3. Hoje, isso mudou. É uma tendência sem volta. Os fundos brasileiros sequer tinham analistas dedicados a empresas de tecnologia. Hoje, poucos fundos não têm um especialista em tecnologia", disse Pacheco.
O motivo da tendência, na visão de Carvalho, da Dynatrace, é a qualidade das companhias desse setor no país. “Hoje, em qualquer área de tecnologia, as empresas brasileiras brigam igualmente com empresas do exterior. Somos benchmark para empresas globais”, afirma o porta-voz da Dynatrace.
Já Szapiro, do SoftBank, acredita que as empresas brasileiras tenham algumas vantagens no contexto internacional e que o cenário empresarial seja positivo, quando visto de longe.
“O empreendedor consegue resolver rapidamente problemas específicos da região ou mesmo globais, como a Gympass. No Brasil, temos uma criatividade muito grande. Há empreendedores que passaram por muitos problemas e se tornaram resilientes. A curto prazo, o efeito da macroeconomia pode ser muito duro. Se olharmos de perto, o gráfico é como um eletrocardiograma, cheio de altos e baixos. No longo prazo, a tendência é muito positiva”, afirma Szapiro.
Veja abaixo, na íntegra, o painel do Melhores e Maiores 2021.