Toyota (Artur Widak/Getty Images)
Uma intensa onda de calor na região de Sichuan, na China, está impactando as fábricas da região, que precisarão racionar energia nas linhas de produção por conta dos baixos níveis das usinas hidrelétricas que abastecem as empresas locais
Algumas dessas companhias de Sichuan já estão cortando parte das operações, e o clima extremo também pode reduzir o fornecimento de materiais como polisilício e lítio, vitais na transição energética por qual passa a o país.
É o caso da maior fabricante de baterias do mundo Contemporary Amperex Technology, e a fabricante de automóveis Toyota, que anunciaram nesta quarta-feira, 17, o fechamento de fábricas devido ao impacto da crise de energia.
A província chinesa de Sichuan é altamente dependente da energia hidrelétrica, mas a onda de calor e a seca aumentaram a demanda por ar condicionado e secaram os reservatórios atrás das hidrelétricas.
Cerca de 80% da energia usada na região vem de usinas hidroelétricas. Por conta dos baixos níveis das represas, o governo local decidiu priorizar o fornecimento de energia para residências, ordenando que indústrias em 19 das 21 cidades da província suspendam a produção até sábado, de acordo com um comunicado divulgado no domingo.
A província também é um importante centro de fabricação da Foxconn, parceira da Apple na montagem de iPads. Um porta-voz da empresa taiwanesa disse para a Bloomberg que já há impacto da seca nas operações da empresa em Sichuan.
Na província de Hubei, próxima a Sichuan, a produção de energia da usina de Três Gargantas, a maior usina hidrelétrica do mundo, também caiu cerca de 40% em relação ao ano passado.
No entanto, é improvável que a China registre falta de energia em todo o país devido à seca, disse Hanyang Wei, analista da Bloomberg.
A maioria das províncias é mais dependente do carvão para geração de eletricidade, e as usinas estocaram o combustível fóssil antes do verão, de acordo com as diretrizes do governo, disse ele.