A FairSearch indicou que a Google posiciona seus próprios produtos em um lugar proeminente nas buscas sem advertir os usuários (Karen Bleier/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2012 às 19h04.
Bruxelas - A plataforma FairSearch, que agrupa 17 companhias de todo o mundo a favor da igualdade de condições no mercado de buscas pela internet, entre elas a Microsoft, pediu à Comissão Europeia para impor medidas contra a Google ao considerar que esta empresa abusa de sua posição dominante na Europa.
Em entrevista coletiva, realizada nesta quarta-feira, a FairSearch indicou que a Google posiciona seus próprios produtos em um lugar proeminente nas buscas sem advertir os usuários e sem aplicar seus próprios critérios para estabelecer os resultados.
'A Google está oferecendo seus próprios produtos sem dizer às pessoas o que está fazendo e os apresenta em lugares proeminentes. O que acaba gerando uma exclusão ou marginalização de seus concorrentes', disse o porta-voz da FairSearch, Thomas Vinje.
Segundo Vinje, essas práticas, além de serem contrárias à legislação europeia, acabam prejudicando os consumidores, já que estes não encontram os produtos 'mais apropriados' em suas buscas.
Para exemplificar essa denúncia, a FairSearch exaltou o trabalho de algumas de suas companhias associadas, como a TripAdvisor, Kayak e Expedia, especializadas em buscas de viagens, voos e hotéis, que asseguram ser prejudicadas pela posição que a Google apresentam seus serviços nos resultados das buscas.
A ideia da FairSearch é pressionar a Comissão Europeia para que o órgão possa tomar alguma atitude concreta contra as supostas práticas monopolísticas da Google.
A Comissão Europeia analisa desde 2010 as denúncias contra a Google feitas por três companhias: o site britânico de comparação de preços 'Foundem', o buscador de informação francês 'ejustice.fr', e o site de compras da Microsoft Ciao!
Em março de 2011, a Microsoft se uniu a essas companhias e anunciou que denunciaria a Google por supostas práticas monopolísticas, assim como a empresa francesa 1plusV, proprietária de vários buscadores de internet.
Se essa suspeita se confirmar, a Comissão Europeia deverá enviar uma folha de acusações aos agentes da Google com todos os aspectos que podem ter infringido as normas europeias sobre práticas restritivas. A ideia dessa lista é fazer com que a companhia faça mudanças em suas políticas.