WhatsApp: empresa de mídias sociais levanta preocupação recorrente sobre golpes no aplicativo (SOPA Images/Getty Images)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 27 de novembro de 2019 às 17h56.
São Paulo - A agência MF Press Global, especializada em redes sociais, percebeu que havia algo errado com a segurança do WhatsApp quando recebeu uma mensagem de um número que dizia ser um de seus clientes, pedindo que lhe transferisse 1.790 reais. Após a divulgação do ocorrido, diversas pessoas também relataram ter sofrido um golpe de maneira similar.
A agência percebeu então a gravidade do problema e começou a alertar a população sobre como se prevenir. “O hacker chama as pessoas que parecem ser amigos, conhecidos ou familiares mais próximos e se passa pela pessoa para pedir dinheiro usando uma escrita correta e poucas palavras, que sejam neutras o suficiente para não levantar suspeitas”, comentou Fabiano de Abreu, presidente da MF Press Global, em nota.
Utilizando os dados roubados de usuários, como os que ficam presentes em sites ou anúncios digitais, o hacker se passando por uma pessoa próxima do usuário, como familiares e amigos - ou até parceiros de trabalho, como no caso de Abreu - para pedir dinheiro, com o uso de palavras e frases que não levantem suspeitas sobre quem está do outro lado.
Quando os usuários navegam em websites que recolhem suas informações, como Amazon e Mercado Livre, ou até mesmo Facebook, os criminosos conseguem coletar o número de celular - que é muitas vezes um requisito para se ter uma conta em tais sites. Por meio do número, eles enviam um pedido via SMS para o dono do número, como se fosse o próprio WhatsApp pedindo um código de verificação de conta.
Esse código é, na verdade, o número de verificação de duas etapas do aplicativo, que permite com que o hacker tenha acesso aos dados da conta do usuário e a clone. A vítima, então, fica sem acesso a sua própria conta, e o criminoso consegue se passar pelo dono do celular para tentar roubar dinheiro de pessoas próximas. O processo é bastante rápido e, como muitas pessoas utilizam o WhatsApp sem muita atenção, acabam acreditando na situação.
Em agosto, 23 pessoas sofriam esse tipo de ataque por dia, ou similares, e Abreu comentou que o número está aumentando consideravelmente, de forma que a divulgação de formas de prevenção está mais necessária do que nunca. A MF Press Global aponta que é preciso estar atento ao modo de falar da pessoa e, caso haja dúvida, é bom ligar para o número e confirmar por meio de ligação de voz. Outro fator importante é estar com a verificação em duas etapas do aplicativo sempre ativa, e não clicar em links vindos de e-mails que pareçam suspeitos.