Carvão: China e Índia são os emissores de CO2 mais importantes (22879277@N08/Creative Commons/Flickr)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 17h54.
São Paulo - O sistema de cálculo de emissões de carbono, gerenciado pela ONU, despreza investimentos de capital em futuras usinas de energia a carvão e gás natural que irão impactar o mundo por décadas, com bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, de acordo com um novo estudo da Universidade Princeton e da Universidade da Califórnia (UC)-Irvine publicado ontem na Environmental Research Letters.
No trabalho, Robert Socolow, professor de engenharia mecânica e aeroespacial de Princeton e o co-autor Steven Davis, professor de ciências do sistema da Terra na UC, consideraram um modelo que liga todas as emissões futuras aos anos em que as usinas começarem a funcionar.
Este método revela que as usinas a combustível fóssil construídas apenas em 2012 irão produzir cerca de 19 bilhões de toneladas de CO2 durante seu tempo de vida, assumindo que elas funcionem por 40 anos.
Isto é consideravelmente mais que as 14 bilhões de toneladas geradas por todas as usinas a combustível fóssil operando no mundo em 2012.
“Estamos pilotando um avião sem um botão crucial em seu painel de instrumentos. Ele relataria emissões contratadas. No momento, no que diz respeito a emissões, o único botão nos fala sobre emissões atuais, não aquelas que investimentos atuais de capital trarão nos próximos anos,” diz Socolow.
No total, todas as usinas a combustível fóssil existentes irão contribuir com 300 bilhões de toneladas de CO2 em seus ciclos de vida.
China e Índia são os emissores mais importantes, com a primeira com 42% das emissões futuras, e a Índia com 8%.
Os autores concluem que a redução de emissões acontecerão se a infraestrutura que emite CO2 for aposentada mais rápido do que aquela que é construída.
“No entanto, as tendências têm apontado para outro lado: a energia de combustíveis fósseis se expande mundialmente,” afirma o estudo, de acordo com o Blue and Green Tomorrow.