Empresa deve se apoiar na alta demanda por semicondutores (Divulgação/Divulgação)
Karina Souza
Publicado em 1 de abril de 2021 às 22h14.
Última atualização em 1 de abril de 2021 às 22h33.
Em meio à crise global de semicondutores -- influenciada em grande parte pela pandemia e pela explosão do consumo de produtos eletrônicos cada vez mais inteligentes -- a Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSMC) anunciou que pretende investir US$ 100 bilhões nos próximos três anos para aumentar sua capacidade de produção. A companhia é líder no setor e, de acordo com informações da Bloomberg, planejou um aporte de US$ 28 bilhões já neste ano, mas isso não foi suficiente para atender às necessidades do mercado.
Ainda de acordo com a agência de notícias, chama a atenção o fato de que o investimento supera (e muito) o caixa atual da empresa. Em dezembro, a TSMC apresentou US$ 28 bilhões em caixa e equivalentes em seu balanço patrimonial. Ainda assim, com base na demanda atual, a empresa não deve ter dificuldade em viabilizar seu aporte: o material produzido por ela vai para praticamente todas as peças eletrônicas, em diferentes marcas e produtos.
A escassez mundial de semicondutores começou a ser notada em fevereiro deste ano, quando alguns dos principais fornecedores de eletrônicos -- como a Samsung, por exemplo -- passaram a parar suas linhas de produção por causa da falta desses componentes.
Extrapolando as fronteiras dos smartphones e outros produtos similares, até mesmo as montadoras tiveram que paralisar sua produção por causa da escassez de semicondutores.
A ausência nesse setor em específico pode também ser agravada por um incêndio na Renesas Electronics, uma das maiores fabricantes de chips em todo o mundo -- e que tem como principais clientes as montadoras.
Com tamanha escassez, até mesmo quem não estava diretamente envolvido na fabricação de semicondutores resolveu "voltar para o jogo". É o caso da Intel, que vai investir US$ 20 bilhões em novas fábricas nos Estados Unidos e na Europa, deixando de terceirizar a produção em companhias como a TSMC.
Ainda dentro desse mercado, outros movimentos que chamam a atenção são o da própria Apple passar a desenvovler microprocessadores de forma própria e a fusão da AMD com a TSMC, que trouxe mais fôlego à companhia para competir dentro do setor. Prova disso é o investimento nos microprocessadores Ryzen 5000, que devem competir com a Intel em desktops.
Mesmo com tanto vaivém dentro do setor, Cristiano Amon, eleito CEO mundial da Qualcomm, acredita que oferta e demanda devem estar equilibradas novamente no fim do ano. "Isso aconteceu devido à aceleração de diferentes tendências durante a pandemia", afirmou o CEO.