Tecnologia

Em meio a cortes, CEO da Alphabet recebeu mais de US$ 200 milhões em 2022

A disparidade salarial entre o CEO e os demais funcionários causa desconforto por ocorrer em um momento em que a Alphabet corta empregos mundo afora

Sundar Pichai, presidente do Google (Justin Sullivan/Getty Images)

Sundar Pichai, presidente do Google (Justin Sullivan/Getty Images)

Publicado em 22 de abril de 2023 às 16h25.

O presidente-executivo da Alphabet Inc, empresa controladora do Google, Sundar Pichai, recebeu um total de cerca de US$ 226 milhões em 2022, informou a empresa em um comunicado de valores mobiliários na última sexta-feira, 21. De acordo com a agência Reuters, isso é mais de 800 vezes o salário médio de um funcionário da companhia.

O valor incluiu prêmios em ações de cerca de US$ 218 milhões, mostrou o documento.

Protestos

A disparidade salarial causa desconforto por ocorrer em um momento em que a Alphabet corta empregos globalmente. A empresa com sede em Mountain View, na Califórnia, anunciou planos para cortar 12.000 empregos em todo o mundo em janeiro deste ano, o equivalente a 6% de sua força de trabalho global.

No início deste mês, centenas de funcionários do Google fizeram uma paralisação nos escritórios da empresa em Londres após uma disputa sobre demissões.

Em março, os funcionários do Google já haviam feito outra paralisação nos escritórios da empresa em Zurique, após a demissão de mais de 200 funcionários.

Onda de demissões

A empresa matriz do Google, a Alphabet, anunciou em 20 de janeiro deste ano um plano global para cortar 12 mil vagas de trabalho, seguindo a tendência de outros gigantes da tecnologia de aplicar uma reestruturação em larga escala.

“Decidimos reduzir nossa força de trabalho em aproximadamente 12.000 empregos”, disse o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, em um e-mail enviado aos funcionários. Na mensagem, Pichai afirma que as demissões são uma resposta a “uma realidade econômica distinta, que enfrentamos hoje”.

A medida foi anunciada um dia depois de a Microsoft divulgar seu plano de demitir 10.000 trabalhadores nos próximos meses. Outras grandes empresas de tecnologia, como Meta, proprietária do Facebook, Amazon e Twitter, já haviam informado planos de corte de funcionários, também sob a justificativa de que o setor enfrenta turbulências econômicas.

“Fizemos uma revisão rigorosa em todas as áreas de produtos e atividades para garantir que nosso pessoal e nossos cargos estejam alinhados com nossas prioridades mais importantes como empresa”, escreveu Pichai.

"Os postos que estamos removendo refletem o resultado dessa revisão. O fato de essas mudanças terem um impacto na vida dos 'Googlers' pesa muito sobre mim e assumo toda a responsabilidade pelas decisões que nos trouxeram até aqui", acrescentou o CEO.

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