iPhone: o aparelho da Apple ganhará novas versões em evento desta terça-feira, 13 (Thomas Peter/Reuters)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 13 de outubro de 2020 às 13h50.
Última atualização em 13 de outubro de 2020 às 22h40.
A Apple apresentou seus novos iPhones nesta terça-feira, 13. É a data mais importante do ano para a companhia americana, já que representa o momento em que a Apple lança ao mundo os próximos produtos que devem garantir que a companhia permaneça no topo do mercado mundial. Mas isso não será fácil. Principalmente porque o cenário já não é tão favorável para o gigante americano.
O mercado global de smartphones vive um momento delicado. Em agosto, a consultoria americana Gartner apontou queda de 20,4% nas vendas de aparelhos durante o segundo trimestre deste ano. Muito por causa da pandemia do novo coronavírus. Foram 295 milhões de aparelhos vendidos no período ante 370 milhões de unidades comercializadas nos mesmos três meses de 2019.
A Apple teve uma ligeira queda de 0,4% nas vendas no período, comercializando 38,3 milhões de iPhones no segundo trimestre, quase 200.000 aparelhos menos do que em 2019. Mas não há do que reclamar. A rival Samsung, por exemplo, viu suas vendas despencarem 27,1% no período, enquanto a Huawei presenciou retração de 6,8%.
Assim, a Apple ganhou mercado e passou a responder por 13% das vendas totais de smartphones do planeta. A fabricante sul-coreana ainda terminou como líder do setor com 18,6% das vendas, seguida de perto pela Huawei, com uma fatia de 18,4% do comércio global de smartphones. A Xiaomi vem na quarta posição com 8,9% e a Oppo segue em quinto lugar com 8%.
O bom desempenho da Apple deve-se ao lançamento de um novo aparelho e aos negócios na China. “A melhoria do ambiente de negócios na China ajudou a Apple a obter crescimento no país. Além disso, a introdução do novo iPhone SE incentivou os usuários de telefones mais antigos a atualizar seus smartphones”, disse Annette Zimmermann, vice-presidente de pesquisa do Gartner.
Estudos feitos pela consultoria Digitimes Research apontam que o mercado de smartphones deve ganhar novo fôlego em 2021 com a aceleração do 5G em diferentes partes do mundo. Com mais infraestrutura para garantir a conexão móvel de quinta geração, as fabricantes de smartphones devem vender 150 milhões de celulares a mais no ano que vem. A Apple mira o mercado 5G.
A Apple está atenta a este movimento de recuperação. Em setembro, a companhia anunciou a abertura de uma loja virtual para a venda de seus aparelhos de telefone na índia. Segundo maior mercado de smartphones do mundo, o país ainda é um território pouco explorado pela Apple. No ano passado, foram vendidos mais smartphones na Índia do que nos Estados Unidos, segundo a consultoria CounterPoint Research.
O iPhone (e os diversos mercados que o aparelho acabou criando, principalmente a App Store) tem sido o grande trunfo da Apple nos últimos anos. Mesmo que a companhia tente diminuir sua dependência do produto. Desde o lançamento do aparelho, em 2008, a receita anual da companhia de Cupertino saltou de 37,5 bilhões de dólares para mais de 260 bilhões de dólares. O crescimento é de quase 600% em 12 anos.
Somente no segundo trimestre deste ano (e terceiro trimestre fiscal da Apple), a companhia faturou 59,7 bilhões de dólares, um crescimento de 11% em relação à receita obtida em 2019. O resultado impressionou. Analistas de Wall Street esperavam que, por causa da crise econômica gerada pela pandemia, a Apple sofreria retração e teria números 2% menores do que os do ano passado.
Avaliada em 2,1 trilhões de dólares, a Apple é a empresa mais valiosa do planeta e já superou até mesmo o PIB do Brasil. Ou seja, vale mais do que todos os produtos e serviços produzidos aqui durante um ano. Do começo do ano até agora, a fabricante do iPhone viu o valor de suas ações aumentarem 60%. Dependendo do que apresentar nesta terça-feira, a Apple pode atingir uma avaliação ainda mais exorbitante.