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Eleição americana testa batalha de Facebook e Twitter contra desinformação

Redes sociais estão tomando ação para coibir disseminação de informação falsa e lembrar que votação ainda está em curso.

Donald Trump: declarações do presidente no decorrer da madrugada tiveram propagação interrompida no Twitter (Carlos Barria/Reuters)

Donald Trump: declarações do presidente no decorrer da madrugada tiveram propagação interrompida no Twitter (Carlos Barria/Reuters)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 4 de novembro de 2020 às 16h01.

As redes sociais Facebook e Twitter estão se preparando para eventual confusão e divulgação de informações falsas em suas plataformas conforme começam a sair os resultados das eleições nos Estados Unidos.

Falsas declarações de vitória têm sido algo que preocupam as redes sociais há semanas e estavam no radar como um dos temas que poderiam espalhar informações falsas pelas plataformas. O Twitter havia anunciado uma série de contingências para isso no último mês e tomou ações durante a madrugada desta quarta-feira para conter publicações com informações não verificadas.

A preocupação aumentou depois que Donald Trump falsamente afirmou que havia vencido o pleito antes dos resultados finais, pouco depois das 4h, horário de Brasília. Trump afirmou que iria à Suprema Corte, que seus adversários estavam tentando suprimir o voto de seus eleitores e afirmou se tratar de uma fraude continuar contando votos. "Nós vamos vencer isso, até onde me consta, nós já ganhamos", disse. A fala foi interrompida por redes de TV como a NBC. Outras como a CNN desmentiram o presidente na sequência, afirmando que a eleição ainda estava em curso.

Mais cedo na noite, algumas publicações de Trump no Twitter foram restringidas pela plataforma como conteúdo "questionável". Elas receberam tarjas para avisar outros usuários da rede e tiveram sua propagação interrompida. Em um dos tuítes, o candidato republicano afirmava que "eles estão tentando roubar a eleição". Posts provocativos do presidente continuaram nesta quarta-feira

No Facebook, as publicações de Trump não foram restringidas, mas receberam uma marcação com informações sobre as eleições e sobre a contagem de votos. A rede social afirmou em uma publicação que, a partir do momento que Trump começou a fazer afirmações de vitória prematuras, eles começaram a enviar notificações de que um vencedor ainda não pode ser definido.

Outra preocupação é a interferência nas eleições seja externa ou doméstica, que buscam explorar o atual momento de incerteza e a retórica hostil da divisão política. As empresas se preparam melhor em 2020 em relação ao que aconteceu em 2016, quando operativos da Rússia manipularam as plataformas para difundir informações falsas e ajudar a definir os rumos eleitorais americanos.

Além do Twitter, que anunciou contingências mais cedo este ano, Google e Facebook também anunciaram preparações prévias. O YouTube, que pertence ao Google, incluiu informações a vídeos que declarassem vitória prematura das eleições e, se o vídeo encorajasse interferência no processo seria removido. Já o Facebook afirmou que iria marcar afirmações com uma mensagem com informações sobre o estado da apuração.

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