O presidente egípcio Hosni Mubarak: internet se tornou um meio de oposição ao regime (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 19h52.
Cairo - Os milhares de manifestantes que nesta terça-feira foram às ruas do Egito protestar contra o regime de Hosni Mubarak aqueceram as redes sociais e conseguiram burlar o bloqueio imposto ao Facebook e Twitter.
As redes sociais foram fundamentais para articular os protestos dos opositores egípcios ao Governo de Mubarak, por isso as autoridades egípcias bloquearam alguns sites que emitiram os protestos ao vivo, como o "Bambuser" e os jornais digitais "Dostor" e "Badil", informou nesta quarta-feira a Rede Árabe pelo direito à informação.
Esta plataforma, que defende a liberdade de informação, denunciou em comunicado que o Governo "deu mais um passo na repressão das liberdades civis".
"Além de atacar manifestantes que não faziam outra coisa além de utilizar o direito à liberdade de expressão - acrescentou -, bloqueou sites que cobriam os protestos".
A internet começou a ser um aliado dos egípcios contrários ao regime de Mubarak com as mobilizações de 6 de abril de 2008, quando uma greve geral foi convocada em protesto pela alta do preço dos alimentos e contra a gestão do presidente do Egito.
Desde então, se transformou em uma ferramenta fundamental para os opositores a Mubarak, que encontraram nos blogs e nas redes sociais uma plataforma de expressão que não tinham no país.
Apesar do bloqueio das redes sociais, os internautas encontraram formas de burlar a censura e trocaram impressões sobre a jornada anterior,além de convocar uma mobilização para esta quarta-feira através do Twitter.
"Ontem todos éramos tunisianos, hoje todos somos egípcios e amanhã todos seremos livres", dizia uma das mensagens mais divulgadas na rede social.
De todo o mundo choveram ofertas de pessoas com conhecimentos informáticos para realizar ataques aos sites do Governo egípcio e às páginas de companhias de telefonia celular, acusadas por internautas de terem cancelado números de telefone de alguns ativistas.