Tecnologia

Efeito WeWork? SoftBank reporta perda líquida de US$ 6,2 bilhões no segundo trimestre

Desempenho do conglomerado japonês segue negativo pelo quarto trimestre seguido, com resultados impactados por desvalorizações e a desvalorização do iene

Masayoshi Son: fundador do SoftBank (Kim Kyung-Hoon/File Photo/Reuters)

Masayoshi Son: fundador do SoftBank (Kim Kyung-Hoon/File Photo/Reuters)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 9 de novembro de 2023 às 13h55.

Última atualização em 9 de novembro de 2023 às 15h36.

O SoftBank Group registrou uma perda líquida de US$ 6,2 bilhões no segundo trimestre, contrariando as expectativas de analistas que previam um lucro líquido de US$ 1,5 bilhão, segundo estimativas da S&P Capital IQ. Este é o quarto trimestre consecutivo em que a empresa apresenta números no vermelho, apesar dos lucros provenientes do IPO da Arm, empresa de design de chips avançados.

Comparativamente, no mesmo trimestre do ano anterior, o grupo havia lucrado US$ 25 bilhões, impulsionado pela venda de uma participação no Alibaba, gigante chinês do e-commerce. A queda do iene e as reduções de valor no mercado privado durante o trimestre finalizado em setembro foram fatores significativos para o resultado negativo atual.

O Vision Funds do grupo, principal fonte de investimentos em tecnologia, teve uma redução de valor de US$ 2,9 bilhões no portfólio. O motivo: a recuperação esperada após as significativas reduções de valor no último trimestre do ano anterior não se materializou.

Ainda assim, o Vision Fund 1 registrou um ganho de US$ 2,5 bilhões com a venda de sua participação na Arm por US$ 4 bilhões. A queda mais acentuada veio pelo Vision Fund 2, que sofreu uma perda de US$ 2,1 bilhões, com destaque para os investimentos feitos na WeWork, que entrou em recuperação judicial nesta semana. Os LatAm Funds, que destina investimentos para a América Latina, também apresentaram uma perda de US$ 100 milhões.

Em busca de novos negócios

O portfólio público dos Vision Funds perdeu valor no segundo trimestre pela primeira vez em um ano, influenciado pela reversão de fortunas de empresas de logística como a AutoStore e de fintechs de consumo como a Better, após sua listagem por meio de fusão com uma empresa de aquisição de propósito específico em agosto.

Enquanto isso, Masayoshi Son, fundador do SoftBank, continua a buscar acordos no campo da inteligência artificial, mesmo diante dos desafios impostos por investimentos anteriores, como na WeWork, que foi duramente atingida pela pandemia após receber um investimento substancial da SoftBank.

Há ainda a expectativa de que a SoftBank intensifique seu ritmo de investimento, apesar de uma diminuição sequencial no segundo trimestre. A empresa foi obrigada a transferir US$ 1,5 bilhão para o Goldman Sachs e outros credores dias antes de a WeWork declarar falência, aumentando o total investido na startup de escritórios compartilhados para mais de US$ 16 bilhões desde o investimento inicial em 2017.

Na quinta-feira, a SoftBank admitiu que o suporte de crédito fornecido pelos Vision Funds para uma facilidade de carta de crédito à WeWork junto a determinadas instituições financeiras aumentou seus passivos em US$ 475 milhões no último trimestre. O grupo sinalizou que grande parte de suas exposições já havia sido contabilizada, mas que registrou uma perda de US$ 180 milhões após a conversão de notas não garantidas da WeWork em ações e títulos conversíveis.

Yoshimitsu Goto, CFO da SoftBank, expressou durante uma chamada de resultados que o que aconteceu com a WeWork foi "lamentável", ressaltando a necessidade de "aceitar a realidade e tirar lições disso".

Acompanhe tudo sobre:SoftBankBalanços

Mais de Tecnologia

UE multa grupo Meta em US$ 840 milhões por violação de normas de concorrência

Celebrando 25 anos no Brasil, Dell mira em um futuro guiado pela IA

'Mercado do amor': Meta redobra esforços para competir com Tinder e Bumble

Apple se prepara para competir com Amazon e Google no mercado de câmeras inteligentes