Steve Jobs, CEO da Apple,apresentou o produto para grupos como o Wall Street Journal e o New York Times.
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2010 às 18h20.
Nova York/Londres - Editoras de jornais e revistas estão apostando no iPad da Apple para dar o arranque em uma forma de transição comercialmente viável para a digitalização de suas publicações - apesar de apenas uns poucos executivos terem chegado a colocar as mãos no aparelho, poucos dias de o produto chegar às prateleiras.
Inclusive, muitos grupos de comunicação provavelmente não anunciarão aplicativos próprios para o iPad enquanto o tablet não chegar às lojas nos Estados Unidos, o que deve ocorrer no sábado, devido a várias restrições de acesso ao aparelho impostas pela Apple sobre seus parceiros.
Embora o conteúdo seja essencial para o sucesso do iPad - um computador tablet de 9,7 polegadas, que mais parece um iPhone gigante que busca integrar o nicho do mercado entre um smartphone e um notebook-, a Apple tem guardado seus planos a sete chaves.
Executivos do setor afirmam ter testado o aparelho ou na sede da Apple, na Califórnia, ou em outro local, mas apenas sob medidas de segurança extremamente restritivas.
"Nos ofereceram a oportunidade de ter um iPad no prédio, mas as implicações à segurança eram tantas que simplesmente não valia a pena", disse o dono de uma editora que pediu para não ser identificado.
Apenas alguns felizardos receberam pessoalmente o presidente-executivo da Apple, Steve Jobs, que esteve em Nova York no começo do ano para promover o iPad para grupos como o Wall Street Journal e o New York Times.
Apesar das restrições, a tela colorida sensível a toque do iPad é considerada seu grande diferencial para atrair grupos de comunicação, que há tempos lutam para ganhar dinheiro com conteúdo digital, ao qual a maioria dos consumidores esperam ter acesso gratuitamente, ou, no mínimo, a um preço muito baixo.
Agora, as editoras veem no aparelho uma nova chance para acertar um modelo de negócios eletrônico - além de ganhar maior poder para negociar licenciamento, caso o iPad surja como um rival à altura do Kindle da Amazon.com.
"Todos nós sofremos nessa indústria para encontrar um modelo online bem-sucedido em termos de conteúdo e da inclinação do consumidor em pagar por ele", disse recentemente o presidente-executivo da Penguin Books, John Makinson.
"Pessoalmente, acho que o iPad representa uma primeira oportunidade real de criar um modelo de conteúdo pago que será atraente para o consumidor. E acho que a psicologia do conteúdo pago no tablet é diferente da psicologia do conteúdo pago em computadores pessoais."
Trinta por cento da receita da Penguin com vendas de livros digitais para o iPad ficará com a Apple, o que, para Makinson, é melhor que os atuais 50 por cento normalmente cobrados por livrarias e varejistas, incluindo a Amazon.com.
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