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E se o avião da Malaysia Airlines tivesse sumido no Brasil?

Em entrevista a EXAME.com, tenente-coronel da área de busca e salvamento da FAB revela quais são as providências tomadas hoje quando um avião some no Brasil


	Avião manobra em torno do Pão de Açúcar: Decea coordena hoje o fluxo de aviões no país
 (Wikimedia/Mario Roberto Duran Ortiz)

Avião manobra em torno do Pão de Açúcar: Decea coordena hoje o fluxo de aviões no país (Wikimedia/Mario Roberto Duran Ortiz)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 15h20.

São Paulo - Vinte e quatro dias após ter decolado com 289 pessoas a bordo, o voo MH370 da Malaysia Airlines continua desaparecido. Entre várias perguntas, uma em especial é interessante: e se este avião tivesse sumido no Brasil?

Hoje, o Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) é responsável por coordenar o fluxo de aeronaves no país. Para realizar este monitoramento, o órgão ligado à FAB (Força Aérea Brasileira) conta com radares e sistemas de transmissão de dados e voz. Em tese, é ele o primeiro a saber se um avião sumir hoje no Brasil.

Quando o avião está sem contato com a torre (como aconteceu no caso do voo MH370), familiares, outros pilotos ou mesmo alguém que tenha visto a aeronave geralmente informam o Decea sobre o sumiço. "Imediatamente, o Centro de Coordenação de Salvamento Aeronáutico responsável pela área é acionado", afirmou Silvio Monteiro Júnior, tenente-coronel da FAB especializado em busca e salvamento, em entrevista por e-mail a EXAME.com. 

Buscas

Constatado o desaparecimento do avião, começam a ser tomadas as providências. "A primeira delas é confirmar que a aeronave não pousou em seu destino, no destino alternativo (conforme informado no plano de voo) e em nenhum outro local ao longo de sua rota", afirma Monteiro. Só então as buscas são iniciadas.


Nelas, são usadas radares específicos, equipamentos de visão noturna e informações provenientes do sistema internacional COSPAS-SARSAT de satélites. Criado durante a Guerra Fria, o último recurso permite o groundbreaking, antiga técnica que tem sido essencial na localização do Boeing da Malaysia Airlines.

De acordo com Monteiro, a duração de operações de busca de aviões sumidos é determinada em função do tempo estimado de sobrevivência das vítimas do possível acidente. Em casos como o da Malaysia Airlines ou do vôo AF447 da Air France (que caiu em junho de 2009 perto da costa brasileira), as buscas foram mantidas a fim de trazer conforto aos familiares dos passageiros envolvidos.

No caso do avião francês, os primeiros destroços e corpos foram localizados seis dias após o início das buscas. Desaparecido há quase um mês, o Boeing 777 da Malaysia Airlines deve dar origem a um relatório sobre os procedimentos de busca quando for localizado - conforme determina o anexo 12 da Convenção de Aviação Civil Internacional.

"É a partir desse estudo que as causas para o tempo de localização dos destroços, acertos e erros serão identificados e compartilhados com os demais países", afirma Monteiro. Agora é esperar.

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