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França não proibiu e-mails de trabalho após 18h

Notícia de que uma nova lei francesa proibiria funcionários de ler e-mails de trabalho é falsa. Trata-se de acordo trabalhista que só alcança uma categoria específica


	Boato da proibição de e-mails profissionais fora do horário de trabalho começou depois que informação apareceu em um blog do jornal britânico The Guardian
 (Reprodução)

Boato da proibição de e-mails profissionais fora do horário de trabalho começou depois que informação apareceu em um blog do jornal britânico The Guardian (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 14h18.

São Paulo - Desde quinta-feira circula pela internet a notícia de que uma nova lei trabalhista francesa permitiria que funcionários ignorassem e-mails de trabalho recebidos após o final do expediente. Mas o que seria um novo direito a ser comemorado pelos trabalhadores do país é falso. 

Uma reportagem do jornal francês Le Monde desta sexta-feira se ocupa especificamente de desmentir a história. 

O boato começou uma crônica no blog da jornalista Lucy Mangan, no site do jornal britânico The Guardian.

"Caso você ainda não tenha inveja suficiente dos franceses, com seu estilo natural, sotaque adorável e vontade coletiva de controlar as calorias, eles acabaram de tornar ilegal trabalhar depois das 6h da tarde", dizia o texto.

Os sites Daily Tech, Mashable e Business Insider foram alguns dos que acabaram replicando a falsa notícia.

O que de fato aconteceu foi que, no dia 1º de abril, o sindicato das empresas de engenharia (Syntec) anunciou um acordo com os sindicatos dos profissionais da área - na verdade, uma emenda a um acordo de 1999 - que afirma a necessidade de desligar ferramentas de comunicação à distância.

O acordo é relativo aos trabalhadores que não estão sob a jornada semanal de 35 horas da França. Ou seja, alcança apenas os autônomos dessa área.

Eles trabalham sob o regime de "pacote de dias", que não é contado por horas. A ideia é evitar jornadas extenuantes nestes casos. 

Entre outras medidas relativas à saúde do trabalho, o acordo fala da "obrigação de respeitar as jornadas mínimas de repouso e da introdução de uma obrigação de desligar as ferramentas de comunicação a distância".

Continua sendo verdade, no entanto, que a França é o único país do mundo a ter jornada de trabalho semanal de 35 horas (no Brasil, são 44 horas semanais) e que os direitos trabalhistas por lá são levados muito a sério.

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