Instagram: estudo mostra as marcas que gastam com influenciadores cheios de seguidores fake (Reprodução/Bloomberg)
Lucas Agrela
Publicado em 3 de maio de 2018 às 05h55.
Última atualização em 3 de maio de 2018 às 10h11.
São Paulo – Quando você compartilha uma foto do pôr do sol ou da sua viagem de férias no Instagram, ela passa a fazer parte do acervo de imagens que o Facebook (dono do Instagram) têm à disposição para treinar os seus algoritmos de inteligência artificial. Em termos simples, isso ajuda os algoritmos, os códigos por trás dos aplicativos, a identificar e distinguir objetos, pessoas e locais em imagens.
As fotografias analisadas são aquelas compartilhadas publicamente no Instagram. Se o seu perfil é privado, somente seus amigos podem ver o que você posta e, desse modo, suas fotos não são usadas pelo Facebook para desenvolver seu algoritmo.
"Contamos quase integralmente com conjuntos de dados com curadoria humana e com etiquetas relacionadas às imagens que foram atribuídas por humanos. Se uma pessoa não dispôs de seu tempo para categorizar algo específico em uma imagem, nem mesmo os sistemas de visão computacional mais avançados poderão identificá-lo", disse Mike Schroepfer, diretor de tecnologia do Facebook, durante a conferência para desenvolvedores da rede social, a F8.
Schroepfer disse ainda que o algoritmo de reconhecimento de imagens do Facebook consegue superar em 1 ou 2% os melhores do mercado no benchmark ImageNet, que mede o desempenho desse tipo de tecnologia.
De acordo com a empresa, o principal objetivo é tornar a identificação de conteúdos impróprios mais ágil e efetiva. Fotos que tenham discurso de ódio, violência, nudez, propaganda terrorista ou spam não são toleradas na rede social. A empresa busca, há anos, oferecer um ambiente livre de ódio. Ela já colocou filtro para comentários com palavras indesejadas no seu aplicativo e, nesta semana, anunciou um recurso contra bullying.
Durante seu depoimento ao Congresso dos Estados Unidos, Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, afirmou que usaria recursos de inteligência artificial para combater tentativas de manipular eleições. A medida é uma resposta direta a anúncios vindos da Rússia que tentaram influenciar americanos durante a campanha presidencial de 2016. Não só a tecnologia em si será usada para esse fim. A empresa tem mais de 20 mil novos moderadores de conteúdo. Avanços nesse campo de moderação de conteúdo podem ajudar Zuckerberg cumprir sua promessa de garantir que as eleições brasileiras não serão afetadas por conteúdos impróprios propagados na rede social.