Boeing 747: drones do Facebook para distribuir internet pelo mundo serão do tamanho desse modelo (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2014 às 14h21.
São Paulo - Notícias de que o Facebook lançaria drones para distribuir internet pelo mundo já vem desde março deste ano.
Mas a rede social só voltou a dar detalhes sobre o ambicioso projeto nesta semana, adiantando que os veículos não tripulados usados na experiência serão, provavelmente, do tamanho daqueles enormes Boeings 747.
Quem disse isso foi o diretor de engenharia do Facebook Connectivy Lab, Yael Maguire, que esteve no evento Social Good Summit na última segunda-feira e conversou com Pete Cashmore, CEO do Mashable.
No bate-papo, relatado no próprio site, o executivo da empresa mostrou que não gosta muito de usar a palavra “drone” para se referir às aeronaves – ele prefere mesmo “aviões”.
Maguire contou que os veículos não tripulados deverão voar “acima de todo o espaço aéreo”, a uma distância de 18 a 27 quilômetros da superfície.
Para se ter uma ideia, aviões tripulados ficam bem mais para baixo, chegando a um máximo de 15 Km de altitude, enquanto drones – mesmo os grandes – mal chegam perto disso.
O engenheiro da rede social também contou que os veículos não tripulados envolvidos na iniciativa precisarão ser movidos a energia solar, já que a ideia é que fiquem no ar por meses.
A ideia é similar à apresentada pela Titan Aerospace, empresa que chegou a ser cobiçada pelo Facebook, mas que acabou comprada pelo Google ainda em abril deste ano.
Para garantir a eficiência energética, as aeronaves terão que ser bem leves, apesar de terem o quase o tamanho de um 747.
De acordo com o Mashable e com Maguire, um dos modelos que o laboratório está produzindo tem o tamanho de sete Prius (cerca de 28 metros), mas pesa o mesmo que os quatro pneus usados no carro elétrico da Toyota, aparentemente.
Colocando em ação
A ideia é colocar um desses aviões não tripulados no ar em 2015, mas sem internet e ainda dentro dos EUA.
Eles deverão ser capazes de levar internet pelo mundo apenas dentro de três a cinco anos, o que mostra que ainda há muito que melhorar.
Os desafios principais, no entanto, estão mais relacionados à regulamentação de espaços aéreos.
Como lembrou o Mashable, as leis exigem que aviões tenham pelo menos um piloto – mas para o projeto dar certo, é preciso que as regras sejam abertas à ideia de “um piloto gerenciando mais de 100 desses aviões movidos à energia solar”, e tudo à distância.
Fora isso, Maguire admitiu que o Facebook ainda assumirá outros riscos legais. Isso porque também não existem leis que falem sobre colocar aeronaves voando acima dos 18 Km de altitude e nem sobre enviar sinais de Wi-Fi a pessoas na superfície.
Mas há uma equipe no Facebook Connectivity Lab inteiramente dedicada a essas questões.
Se tudo correr como o planejado, então, só precisaremos esperar mais alguns anos para termos aviões não tripulados distribuindo internet sem fio pelo mundo.
A ideia da rede social com o projeto, feito em parceria com o Internet.org, é conectar os 15% restantes da população que não têm acesso à web – e, por ora, 21 países na América Latina, na África e na Ásia foram identificados pela empresa, segundo a reportagem.