Alzheimer: a nova terapia atua sobre a proteína beta-amiloide que, quando acumulada, impede a comunicação entre as células cerebrais (Miguel Medina/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2016 às 21h38.
Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira, 31, na revista científica Nature aponta que uma droga experimental se mostrou capaz de reduzir a formação de placas entre as células do cérebro, processo que está ligado à causa dos sintomas da doença de Alzheimer.
O estudo foi feito em pessoas com o estágio leve da doença e usou anticorpos que conseguiram desacelerar a deterioração cognitiva dos pacientes.
Segundo os pesquisadores, a nova terapia atua sobre a proteína beta-amiloide que, quando acumulada, impede a comunicação entre as células cerebrais.
Os testes utilizaram um anticorpo desenvolvido por cientistas chamado aducanumab e foram feitos em 165 pacientes que ainda não tinham desenvolvido os sintomas.
Eles foram divididos em dois grupos, que receberam placebo e a substância. Após um ano de aplicações mensais de injeções nos pacientes, os estudiosos concluíram que houve redução considerável de beta-amiloide nas pessoas que receberam doses altas do anticorpo.
Terapias anteriores que tinham essas proteínas como alvo ainda não haviam apresentado sucesso.
O estudo foi liderado por Alfred Sandrock, da empresa multinacional de biotecnologia Biogen, com sede em Cambridge (EUA). Também participaram da pesquisa cientistas do Hospital Butler, em Providence (EUA), e do Instituto de Medicina Regenerativa de Zurique, na Suíça.
Foram feitos testes pré-clínicos e de fase 1 e, de acordo com os autores do estudo, será possível desenvolver, no futuro, anticorpos que tenham a função de remover as placas formadas entre as células do cérebro.
Em camundongos transgênicos, a substância mostrou que pode entrar no cérebro e reduzir as placas solúveis e insolúveis de beta-amiloide.