Redatora
Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 13h29.
As redes sociais de empresas chinesas, como o TikTok, adotam um modelo de negócios centrado na integração entre entretenimento e comércio digital, em contraste com as plataformas ocidentais, que dependem majoritariamente de receitas por meio de anúncios.
O possível banimento do TikTok nos Estados Unidos gerou um movimento de migração de usuários para outras plataformas chinesas, como o Lemon8, que também pertence à ByteDance.
Ambas as redes compartilham algoritmos de recomendação semelhantes, otimizados para engajar usuários e facilitar a descoberta de novos produtos.
Um dos principais fatores que impulsionam o sucesso das plataformas chinesas é sua capacidade de combinar entretenimento com estratégias de vendas diretas para monetizar seus algoritmos.
Durante a Black Friday de 2023, o TikTok gerou US$ 100 bilhões em receitas nos Estados Unidos. Esse modelo, que promove conteúdos alinhados a tendências e oportunidades de compra, é replicado em outras redes chinesas, como o Xiaohongshu, lançado em 2013.
Originalmente pensado como um guia para viajantes, o aplicativo hoje é um dos grandes nomes no comércio via redes sociais.
De acordo com uma pesquisa de 2024 realizada pela consultoria McKinsey, 45% dos entrevistados chineses relataram realizar compras online por meio de redes sociais nos últimos três meses, enquanto nos Estados Unidos essa proporção é de apenas 20%.
A diferença reflete o foco distinto das plataformas. Redes sociais ocidentais, como Instagram e YouTube, priorizam receita publicitária e algoritmos voltados a interesses específicos dos usuários, limitando a descoberta de tendências de consumo.
Se o TikTok não fosse banido, especialistas indicam que ele poderia competir diretamente com grandes players do comércio eletrônico, como a Amazon.
No entanto, o futuro da plataforma nos Estados Unidos é incerto. Após uma suspensão temporária em 19 de janeiro, a Casa Branca deu mais 75 dias para encontrar um comprador para o TikTok nos EUA.
A ByteDance já declarou publicamente que não tem interesse em vender o aplicativo, enquanto o governo chinês afirmou que bloqueará a transferência do algoritmo da plataforma caso a aquisição seja concretizada.