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Disney se reestrutura para focar em operações de streaming

Empresa está centralizando redes de TV, estúdio de cinema e divisões que lidam diretamente com o consumidor dentro de uma mesma área

Disney+: acionistas como Dan Loeb, da Third Point, pressionaram a empresa a colocar mais recursos em streaming (Getty Images/Reprodução)

Disney+: acionistas como Dan Loeb, da Third Point, pressionaram a empresa a colocar mais recursos em streaming (Getty Images/Reprodução)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 13 de outubro de 2020 às 18h57.

Última atualização em 13 de outubro de 2020 às 19h29.

A Walt Disney está se reformulando para voltar a focar na próspera operação Disney+, redobrando esforços para se tornar um gigante global de streaming como a Netflix.

A empresa anunciou na segunda-feira que está colocando redes de TV, estúdio de cinema e divisões que lidam diretamente com o consumidor dentro de um grande grupo chamado Mídia e Entretenimento. Os atuais responsáveis por conteúdo continuarão a supervisionar seus negócios, mas agora poderão escolher diretamente quais filmes e programas de TV serão disponibilizados na crescente linha de serviços de streaming da Disney.

“Trata-se de agilizar decisões, olhando do alto”, afirmou o CEO Bob Chapek em entrevista, “ao contrário de um filme feito no estúdio, que portanto vai para o estúdio, ou um programa de televisão feito nos estúdios da ABC, que portanto vai para a rede ABC”.

O badalado Kareem Daniel, que anteriormente chefiava a área de produtos de consumo dentro da divisão de parques temáticos, vai comandar a distribuição nos serviços de streaming Disney+, ESPN+ e Hulu. A mudança também aumenta a diversidade na Disney, que concentra pessoas brancas em cargos de gestão. Daniel é um dos executivos negros de maior destaque na empresa com sede em Burbank, na Califórnia.

Acionistas como Dan Loeb, da Third Point, pressionaram a empresa a colocar mais recursos em streaming. Ele enviou uma carta a Chapek na semana passada afirmando que era hora de sair das salas de cinema, que ele comparou a carruagens puxadas por cavalos.

A campanha de Loeb não motivou as mudanças anunciadas na segunda-feira, que, de acordo com Chapek, vinham sendo elaboradas há meses. O investidor também pediu que a Disney redirecionasse o dinheiro destinado a dividendos para streaming, mas a empresa já suspendeu esse pagamento em julho e não se comprometeu com distribuições futuras.

Loeb disse na segunda-feira que estava feliz com o fato de a Disney estar se concentrando no negócio voltado diretamente para o consumidor.

Esta não é a única grande mudança na Disney nas últimas semanas. Abalada pela freada nas operações com parques temáticos e cruzeiros marítimos, a companhia anunciou a demissão de 28.000 trabalhadores no final do mês passado. A empresa ainda não conseguiu reabrir os parques na Califórnia, diante de restrições estaduais. Segundo Chapek, a reorganização pode resultar na eliminação de mais empregos.

Outros gigantes da mídia, incluindo WarnerMedia, da AT&T, e NBCUniversal, da Comcast, também estão demitindo pessoal, tentando resistir à crise que prejudicou gastos com publicidade, filmes e atrações presenciais.

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