Pantera Negra: filme só estará disponível no streaming da Disney (Marvel/Divulgação)
Tamires Vitorio
Publicado em 17 de novembro de 2020 às 06h00.
O dia tão antecipado pela comunidade de aficionados por serviços de vídeo por streaming acaba de chegar. Nesta terça-feira, 17, estreia o Disney+, o serviço online de filmes e séries da Disney. Ele trará conteúdos como todos os filmes da saga Star Wars, da Marvel, da Pixar, entre outros exclusivos que serão lançados ao longo dos meses. Agora, com o Dinsey+ no Brasil, a batalha pelo mercado de streaming fica ainda mais aquecida, e envolve nomes importantes como Amazon Prime Video, Netflix, Globoplay e HBO Go. O Disney+ chega em um momento oportuno --- e tem expectativas altas para o país.
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Na semana passada, resultados trimestrais divulgados mostraram que o serviço de streaming do Mickey já tinha mais de 73 milhões de assinantes no mundo. Um número bastante expressivo, considerando que há um ano a expectativa da empresa era alcançar entre 60 e 90 milhões até 2024.
A promessa da empresa é conquistar ainda consumidores brasileiros e engordar mais o número de assinantes globais. Mesmo com o crescimento rápido, o Disney+ ainda está longe dos quase 200 milhões de assinantes da Netflix e dos 150 milhões do Amazon Prime Video.
A pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio os negócios do grupo Walt Disney, levando ao fechamento de parques de diversões e atrasando o lançamento de filmes. A estratégia da empresa teve de ser repensada para comportar a nova realidade. Para atenuar as perdas dos parques fechados, a Disney lançou o longa Mulan em sua nova plataforma, o Disney+, com um preço adicional de 30 dólares. É uma forma de diminuir o prejuízo com o fechamento das salas de cinema. O movimento indica a força da principal rival da Netflix, que pode lançar um filme em seu streaming e ainda cobrar separadamente por ele — algo que a Netflix nunca fez e que os consumidores parecem estar dispostos a pagar para ter.
De Vingadores: Ultimato a Mulan, todos os conteúdos das marcas da Disney estarão disponíveis somente no serviço de streaming da companhia e não mais em nenhum outro site, incluindo o clássico Branca de Neve e os Sete Anões, o primeiro longa-metragem de animação da companhia, de 1937. Um movimento inteligente que pode acabar levando mais assinantes até a plataforma a fim de maratonar horas e mais horas dos filmes e séries (infantis ou não) oferecidos pela companhia.
É por causa do amor pelas marcas da Disney que o gerente-geral da empresa no Brasil, Hernan Estrada, espera que o Disney+ será um grande sucesso por aqui também. "Temos um fator emocional das marcas, temos muitas pessoas que escolhem nossas histórias simplesmente por elas serem da Disney. As pessoas gostam da Marvel, gostam da Pixar, gostam de Star Wars. Esse é nosso maior diferencial", diz.
Apesar de relativamente novo, o setor de streaming já fatura bilhões no Brasil. Um levantamento feito pelo pesquisador Murillo Dias, coordenador e professor da Fundação Getúlio Vargas, mostra que o mercado de streaming de vídeo no país faturou 17,8 bilhões de reais no período de 12 meses até julho de 2020. O valor equivale a 0,24% do produto interno bruto de 2019.
É esperar para ver quem ri por último --- e a risada do Mickey já é bem conhecida.
Não é de estranhar que globalmente a audiência das plataformas de streaming de vídeos tenha crescido 20% de 9 e 23 de março, de acordo com a Conviva, consultoria americana especializada no mercado de vídeos. Para 2020, a estimativa é que a pandemia acelere o crescimento da base de novos assinantes de serviços de streaming no mundo.
A consultoria Strategy Analytics prevê um total de 949 milhões de assinantes até o fim do ano, 5% mais do que a estimativa calculada antes do novo coronavírus. Em 2019, eram 805 milhões. Com isso o faturamento do mercado, que alcançou 24 bilhões de dólares no ano passado, também tende a acelerar.
A previsão da consultoria de dados alemã Statista é de que 2020 representará um pico no crescimento do setor, de 15,9% — porcentagem que cairá nos próximos anos, atingindo 8,6% em 2025.