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"Diretas Já" e "Fora Temer" ganham redes sociais após protestos

Segundo análise da FGV-RJ, os protestos contra as reformas do governo Temer tiveram mais de 210 mil menções no Twitter nesta quarta, até às 17h

Entre os usuários da rede social, duas palavras de ordem chamaram a atenção: "Fora Temer" e "Diretas Já" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Entre os usuários da rede social, duas palavras de ordem chamaram a atenção: "Fora Temer" e "Diretas Já" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2017 às 08h20.

São Paulo - As manifestações desta quarta-feira, 24, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, tiveram forte repercussão nas redes sociais.

Segundo análise da diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), os protestos contra as reformas do governo Temer tiveram mais de 210 mil menções no Twitter nesta quarta, até às 17h.

Segundo o levantamento, o volume de menções nas redes sociais a "protestos" na quarta-feira se igualou à quantidade de tuítes feitos no auge da crise política, na última semana, quando veio à tona a gravação de conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, do grupo JBS.

"A evolução das menções relacionadas a protestos nas redes podem indicar o início de uma sequência de atos contra o governo Temer - o que ainda não havia se verificado desde a eclosão da atual crise política", diz a pesquisa.

Entre os usuários da rede social, duas palavras de ordem chamaram a atenção: "Fora Temer" e "Diretas Já", presentes principalmente em perfis ligados à oposição ao governo Temer.

Só as Diretas Já, por exemplo, tiveram cerca de 54 mil postagens na rede social no período analisado pelo estudo - a hashtag #diretaspordireitos, usada em protesto às reformas promovidas pelo governo, por sua vez, teve 33 mil menções.

Na sequência, observa-se uma série de termos relacionados ao conflito registrado na Esplanada, sobretudo "vandalismo" (30,6 mil), menções ao emprego das Forças Armadas (26,8 mil), ao "incêndio" (25,9 mil) e à "violência policial" (20,4 mil), dando uma dimensão do clima de confronto instalado em Brasília.

Segundo o estudo, a discussão sobre atos de vandalismo foi o principal tema abordado pelos perfis contrários às manifestações.

Político

Além do presidente Michel Temer, outro nome teve bastante peso nos debates nas redes sociais: o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo a análise da FGV-RJ, as menções a Maia chegaram a superar Michel Temer por dois motivos: além de ser o próximo na linha sucessória da Presidência da República, caso Michel Temer tenha de deixar o cargo, Maia também pediu o apoio de "tropas nacionais" para conter os manifestantes em Brasília.

Além do deputado fluminense, também foram bastante citados nas redes sociais os nomes de Carmem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do ex-ministro do STF Nelson Jobim, cotados para substituir Temer no caso de eleições indiretas.

Segundo a análise, o crescimento de menções nas redes sociais a atores políticos pode indicar, nos próximos dias, a convergência em torno de um desses nomes para assumir a Presidência, caso Temer deixe o posto.

Já sobre o debate econômico, o principal tema citado foi a reforma da Previdência, cujas discussões têm avançado no Senado mesmo em meio à crise política.

De acordo com o estudo da FGV-RJ, as manifestações "podem ter repercussão negativa para a estabilidade política e para a retomada da economia". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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