DiDi: gigante está posicionado para dominar as ruas da China (Jason Lee/Reuters)
Thiago Lavado
Publicado em 29 de junho de 2021 às 19h14.
Última atualização em 29 de junho de 2021 às 19h23.
A chinesa de apps de transporte DiDi, que controla desde 2017 a 99, fechou o preço inicial de suas ações em 14 dólares, de acordo com fontes de mercado que falaram ao The Wall Street Journal. O valor é o suficiente para que a empresa levante 4 bilhões de dólares na operação e seja avaliada em cerca de 67 bilhões.
A empresa fez um roadshow extremamente rápido: há apenas três dias úteis. De acordo com o WSJ é uma das abordagens de mercado mais velozes dos últimos anos, algo incomum para uma oferta inicial tão vultuosa. A empresa, que é uma das principais competidoras no mercado de corridas pagas, vendeu aos investidores sua presença sólida na China, país em que até 70% da população deve viver em cidades até 2030, com um baixo índice da população detendo carros.
A DiDi planeja ser uma solução completa de mobilidade nesse cenário, capitalizando nas corridas, mas também em outros aspectos do compartilhamento, veículos elétricos e inteligência artificial. Em 2016, a DiDi comprou a divisão chinesa da Uber e abocanhou a fatia de usuários e motoristas cadastrados, se tornando uma potência hegemônica desse mercado na Ásia.
Por causa disso, o IPO é um dos mais esperados da China, e um dos mais aguardados em ações americanas desde que o grupo Alibaba abriu o capital em 2014. Entre os investidores da DiDi estão as holdings Tencent e SoftBank. Segundo informações do WSJ, a DiDi realizou uma estratégia impecável para a abertura de capital, precificando as ações abaixo das expectativas de mercado, que giravam em torno de a empresa poder captar algo entre 5 bilhões e 10 bilhões de dólares com o IPO.
Com a precificação desta terça-feira, as ações da companhia devem começar a ser negociadas no mercado antes do feriado de 4 de julho nos Estados Unidos e antes do aniversário de fundação do Partido Comunista Chinês, que acontece na quinta-feira.