aquecimento global (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 07h16.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), a máxima autoridade neste âmbito, confirmou nesta segunda-feira que 2014 foi o ano mais quente desde que esse dado começou a ser registrado.
A temperatura média do ar sobre a terra e a superfície dos oceanos foi 0,57 graus centígrados superior à média a longo prazo (14 graus centígrados) do que o período entre 1961 e 1990, usado como referência.
Os outros dois anos mais calorosos da história, segundo os atuais registros, foram 2010 e 2005, quando as temperaturas estiveram 0,55 e 0,54 graus centígrados, respectivamente, acima, com relação ao mesmo período.
A diferença, portanto, é de alguns centésimos de grau, o que entra na margem de erro, segundo a OMM.
"A diferença é mínima entre os três anos mais quentes", acrescentou a entidade científica das Nações Unidas.
Além do impacto destes cálculos, a Organização disse que isto confirma a tendência contínua do aquecimento global.
No ano passado, foram registradas ondas de calor recorde combinadas com fortes chuvas e inundações em muitos países, enquanto em outros houve secas, o que é característico da mudança climática.
"Prevemos que o aquecimento global continue devido ao aumento dos níveis de gases do efeito estufa na atmosfera e isso aumenta o calor aumenta nos oceanos", disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud.
Estes dados confirmam o que foi antecipado há duas semanas pela Nasa e Administração de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos, ao apontar 2014 como o ano mais quente, mas diferem nas medidas exata.
A OMM emprega em suas análise os dados fornecidos por essas duas instituições, mas os complementa com outros que recebe do Reino Unido.
A OMM foi pioneira em alertar sobre a mudança climática e seu impacto no aquecimento do planeta, e insistiu no papel dessas atividades humanas para a aceleração deste fenômeno.
A Organização também indicou que os oceanos experimentaram temperaturas recorde em 2014.
Nessa circunstância, o que mais causou espanto nos cientistas é que essas temperaturas altas ocorreram "na ausência de um fenômeno do El Niño totalmente desenvolvido".
O El Niño se caracteriza pelo aquecimento das temperaturas superficiais de água.
Segundo a ciência, 93% do excesso de energia que fica presa na atmosfera por causa dos gases do efeito estufa (provenientes dos combustíveis fósseis e outras atividades humanas) terminam nos oceanos.
Por isso considera-se que a medição do calor é fundamental para entender o sistema climático.