Moeda representando um Bitcoin: recente falha do site Mt. Gox levantou dúvidas sobre uso das moedas virtuais (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2014 às 17h11.
Washington - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos terá de ser criativo para garantir que criminosos não usem moedas virtuais como o Bitcoin para secretamente transferir recursos, disse o procurador-geral Eric Holder nesta terça-feira.
O escrutínio em altos níveis do Departamento de Justiça ocorre em um momento em que investidores afluíram em peso para as moedas virtuais, mas incidentes recentes colocaram em questão sua viabilidade de longo prazo.
Entusiastas apontam a possibilidade de transferir fundos de forma mais barata, mas a recente falha do site Mt. Gox, uma bolsa com sede em Tóquio que entrou com pedido de falência depois de perder estimados 650 milhões de dólares em bitcoins de clientes, levantou dúvidas sobre seu uso.
"O departamento está comprometido em inovar junto com essa tecnologia, de forma a garantir que nossas investigações não serão impedidas por nenhum avanço da capacidade dos criminosos de transferir recursos de forma anônima", disse Holder.
O uso de moedas eletrônicas capturou a atenção de reguladores que ainda não sabem como reagir ao crescimento de seu uso em detrimento de dinheiro emitido pelo governo.
Procuradores federais alertaram que as moedas são vulneráveis para lavagem de dinheiro, e já acusaram operadores de diversas casas de câmbio de Bitcoin sobre seu suposto papel ao ajudar traficantes de drogas e outros criminosos a transferir dinheiro.
Agências diversas, como o regulador bancário de Nova York à Comissão de Futuros de Commodity, têm estudado as moedas eletrônicas para determinar de que forma elas podem ser reguladas. Holder disse que o Departamento de Justiça está trabalhando com os reguladores nessa questão.
"As moedas virtuais podem representar desafios para a lei dado o apelo que têm entre aqueles que pretendem realizar atividades ilegais", disse Holder. "Esse potencial precisa ser considerado de perto." (Por Aruna Viswanatha)