Dentro da História oferece livros personalizados. As crianças podem criar milhares de variações de características para o seu personagem (Dentro da História/Divulgação)
Laura Pancini
Publicado em 17 de setembro de 2021 às 08h00.
Última atualização em 17 de setembro de 2021 às 21h36.
Como incentivar a leitura de livros físicos nas gerações digitais? Para a edtech brasileira Dentro da História, a lógica é clara: faça das crianças os protagonistas.
Mesmo com mais de 30 marcas licenciadas, trabalhando personagens de marcas como Disney e Mattel, os títulos originais da plataforma de livros infantis personalizados representam 23% de todas as vendas e estão em primeiro lugar no Clube de Assinaturas da empresa, lançado em 2019.
Os livros personalizados da DDH inserem a criança na história. Os pais podem personalizar todos os títulos disponíveis na plataforma online da marca e criar um avatar com características físicas das crianças, como tom de pele, cor de cabelo e olhos, estilo de roupa e acessórios.
“Quando começamos, nosso primeiro objetivo foi colocar as crianças dentro da história ao lado dos personagens que elas já amavam. Com o tempo, fomos recebendo cada vez mais pedidos das famílias por temas específicos, e vimos a oportunidade de produzir conteúdos originais para atender a essa demanda”, disse o fundador da edtech, André Campello.
Só em 2020, foram vendidas cerca de 90 mil unidades desses títulos que oferecem um leque de temas essenciais para o desenvolvimento infantil, como: o reconhecimento de emoções e como lidar com elas; relações sociais e respeito com o outro; autoestima e autocuidado; imaginação e criatividade.
Até o final deste ano, a expectativa é que sejam superadas as 100 mil unidades dos originais. A edtech também convida escritores importantes do mercado literário para produzirem histórias originais, criando um equilíbrio na oferta entre os títulos autorais e os licenciados.
Somando os dois formatos, são mais de 130 livros disponíveis no portfólio responsáveis por um faturamento anual acima de 20 milhões de reais. Para comparação, em 2020, os dois livros mais vendidos do Brasil venderam pouco mais de 100 mil unidades cada, segundo a PublishNews, portal especializado no mercado editorial.
A edtech também tem como produto o Clube de Assinaturas que, em pouco mais de dois anos de existência, ultrapassa 10 mil assinantes. “Criamos o Clube como uma forma de ajudar as famílias a incentivar a leitura e o aprendizado de forma contínua, trazendo conteúdos relevantes para cada fase da criança”, conta André Campello, fundador da Dentro da História. “E do ponto de vista do negócio, o modelo de recorrência é importante para a saúde financeira da empresa.”
Os pais podem assinar entre os planos mensal (R$79,90/mês), semestral (R$66,58/mês) ou anual (R$59,92/mês). Depois, devem informar nome, gênero e idade da criança. O tipo de conteúdo, desenvolvido por pedagogos e outros especialistas da área, depende em que fase o filho está:
De acordo com Campello, a possibilidade de inserir a criança no conto, escolher temas e personagens favoritos e montar sua própria trilha de livros é o que atrai as famílias ao clube. “Desde o momento em que a criança cria seu próprio personagem no site, até quando ela recebe o livro e se vê dentro da história, ela está criando um vínculo com aquele universo e se identificando com ele.”
“Somos uma empresa de educação, mas também de tecnologia”, conta Campello. Fundada em 2016, a Dentro da História sempre foi vista pelo fundador como uma empresa “phigital”, que une o mundo físico ao digital. “Sabemos que essa separação está cada vez mais tênue, e para as novas gerações ela praticamente nem existe mais. Precisamos levar isso em consideração e aproveitar o potencial do digital para criar experiências engajantes.”
A DDH desenvolveu tecnologias próprias para elevar cada vez mais o nível de personalização dos livros. Hoje, é possível criar milhares de variações de características para o personagem da criança, além de opções para levar animais de estimação e até outros parentes para dentro da história.
“As experiências estão cada vez mais personalizadas e interativas, como por exemplo nos jogos online, em que a criança cria seu próprio avatar e interage o tempo todo com a história. Isso gera mais interesse e envolvimento, então decidimos trazer a mesma ideia para os livros físicos”, conta Campello.