arenanet (INFO)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 07h34.
Acontecendo paralelamente ao NETmundial, o ArenaNETmundial reuniu na noite desta quarta-feira alguns nomes importantes da web para falar sobre o Marco Civil e discutir a governança da internet. Na mesa, estavam o pai do www Tim Berners-Lee, o patriarca da internet brasileira Demi Getschko, o ativista e fundador da Thoughtworks Neville Roy Singham e o relator especial para liberdade de expressão da ONU Frank La Rue, entre outros nomes.
Durante a coletiva, na qual INFO esteve presente, foi incontestável o apoio de todos os membros da banca à aprovação do Marco Civil, sancionado no mesmo dia pela presidente Dilma Rousseff. Berners-Lee, que já havia se apresentado na abertura do NETmundial, foi quem começou a conversa, e reforçou a ideia de criação de um projeto similar ao brasileiro, mas voltado para o mundo usando o daqui como um exemplo. Mais cedo, o inventor do www havia ressaltado a necessidade da neutralidade da rede, e durante o encontro à noite, destacou essa importância.
Os elogios à regulamentação continuaram com o ex-ministro Gilberto Gil, também participante da mesa, e com Singham que foi, possivelmente, o membro da mesa mais contente com a aprovação do projeto. A internet deve pertencer às pessoas, e não às empresas criadoras de conteúdo, afirmou o executivo e ativista, outro que exaltou a tão comentada neutralidade da rede defendida agora pelo Marco Civil e agora em discussão nos EUA.
O norte-americano, também defensor do software livre, ainda criticou duramente as táticas de espionagem usadas por seu país, dizendo que não podemos ter internet sem privacidade. Quem deu sequência a essas reclamações foi o sociólogo e também ativista da internet livre Sérgio Amadeu, que defendeu fortemente a votação do projeto brasileiro e manutenção da liberdade na web. "Nós aprovamos a lei mais democrática em relação a esse assunto", afirmou.
La Rue, da ONU, foi mais um a dar voz às críticas de Singham e Amadeu, colocando a violação de privacidade feita pelos EUA como algo que atacou diretamente os direitos humanos que são o mínimo que uma nação precisa garantir, na opinião dele. O relator continuou o discurso também defendendo a neutralidade, dizendo que ninguém quer empresas ou o governo controlando a web. Acho que o Brasil está um passo à frente neste ponto, afirmou.
O brasileiro Getschko e o ministro-chefe da Secretaria-Geral Gilberto Carvalho foram os que finalizaram o debate, com o pai da internet brasileira exaltando a separação de internet e telecomunicações. Como os outros presentes, o engenheiro apoiou a sanção do Marco Civil pela presidente e se mostrou satisfeito com os tópicos presentes no projeto. Defendemos esses pontos, e esses pontos foram aprovados, disse.
O ArenaNETmundial continua nesta quinta-feira, 24, com atividades e debates tendo início às 9h da manhã no Centro Cultural de São Paulo. O palco fica na Rua Vergueiro, 1000, próximo ao metrô Vergueiro, e o evento tem programação que se estende até às 21h.
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