android (Ѕolo/Flickr)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 09h32.
Uma pesquisa divulgada pela Avast nesta última terça-feira mostrou que, mesmo após um reset aos padrões de fábrica, aparelhos com Android ainda mantêm rastros de informações. A descoberta veio após a empresa, em uma experiência, adquirir 20 dispositivos usados no eBay e recuperar, após algumas análises, 40 mil fotos (inclusive íntimas), 750 e-mails e mensagens, 250 contatos e outros dados dos antigos donos dos smartphones.
O caso até é novidade nos smartphones, mas o conceito é parecido com o que acontece em HDs de computadores. Ao apagar um arquivo e removê-lo da Lixeira, ainda é possível recuperá-lo usando um programa como o popular Recuva. Como explica a própria Avast, quando os itens são deletados, o que some mesmo são os apontadores correspondentes.
Dessa forma, o espaço antes ocupado por um vídeo, por exemplo, aparece como livre, e o objeto indesejado pode acabar sobreposto por alguns outros arquivos novos futuramente o que também explica por que os aplicativos como o citado Recuva se mostram bem menos eficientes em uma máquina que foi muito usada depois da remoção de um dado.
O problema é que, ao resetar um dispositivo móvel para os padrões de fábrica, o ideal seria que isso não acontecesse e as antigas informações fossem mesmo apagadas ou ao menos criptografadas por padrão, como faz a Apple no iOS. Dessa forma, mesmo que um eventual comprador mal-intencionado coloque as mãos no aparelho usado e recupere os dados, ele (provavelmente) não terá como decifrar o conteúdo protegido.
Na experiência feita pela Avast, os donos dos smartphones comprados no eBay deram um reset nos aparelhos, mas sem saber que a formatação não era perfeita. Como resultado, usando o programa FTK Manager (que é legal e vendido por aqui) e outros métodos de análise detalhados aqui, a empresa de segurança conseguiu recuperar as milhares de fotos e as centenas de mensagens (inclusive do Facebook), buscas feitas no Google e contatos diversos.
Como evitar? Não é preciso deixar de vender ou doar aparelhos antigos, e nem mesmo destrui-los para se livrar dos riscos. Como explicou o site CNET, quatro passos simples (mas não necessariamente rápidos) podem ser feitos antes da venda, como forma de impedir que alguém recupere arquivos antigos mesmo após o reset.
O primeiro é apelar para a criptografia, uma sugestão que é dada também pelo próprio Google: acesse as configurações do Android, toque em Segurança e depois em Codificar telefone ou Criptografar telefone o comando varia de acordo com o aparelho, e está presente no SO há pelo menos três anos. Vale dizer que é preciso estar com a bateria cheia ou com o carregador conectado antes de iniciar a codificação (que pode levar uma hora) e definir o PIN, que precisará ser digitado sempre você religar o dispositivo para liberar acesso a tudo armazenado nele
Passada a etapa mais longa que é basicamente o que a Apple faz em seus aparelhos quando eles são formatados , o segundo passo é realizar o reset padrão ali em Fazer backup e redefinir, no menu das configurações. Ali, toque em Restaurar dados de fábrica para fazer a limpeza.
Com o aparelho zerado, encha-o com aquilo que o CNET chama de dummy data, que nada mais é nada mais do que arquivos sem importância, como músicas, que ocuparão o vazio deixado pelas velhas fotos, e-mails e mensagens. A memória ficou cheia? Então agora é só repetir o segundo passo e o terceiro e o quarto várias outras vezes, como afirma o site, caso você ainda esteja com receio.
Pode parecer um pouco de exagero, mas é sempre bom evitar que alguém mal-intencionado tenha acesso fácil a fotos, contatos e mensagens. Nas palavras da Avast, adicione a isso mensagens privadas do Facebook que incluem geolocalização, buscas no Google por um novo emprego em uma área específica, arquivos de mídia e contatos de telefone, por exemplo, e você terá um quadro quase completo do antigo dono do aparelho. E se levarmos em conta que mais de 80 mil desses dispositivos são colocados à venda todos os dias só nos EUA, já são muitos e muitos retratos espalhados por aí.