Homem acessa a internet: somente as redes do Governo Federal recebem, de acordo com a Polícia Federal, mais de 2 mil ataques por hora (Lionel Bonaventure/AFP)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2014 às 14h37.
Brasília - O Brasil é um dos países com maior ocorrência de crimes cibernéticos no mundo e para preparar o país contra ataques às suas redes de informação durante a Copa do Mundo, as Olimpíadas e as Paraolimpíadas de 2016, policiais que atuam na área de inteligência iniciaram hoje (31) cursos de capacitação promovido pela Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge) do Ministério da Justiça.
De acordo com o diretor de Projetos Especiais da secretaria, William Marcel, responsável pela organização do curso, “essa é uma das maiores preocupações da secretaria em relação à Copa, pois a imprensa de todo o mundo vai estar aqui e não podemos permitir ataques aos nossos sistemas de comunicações. Por isso, profissionais da área de inteligência que vão atuar no evento estão sendo capacitados para enfrentar esse tipo de crime”.
Marcel explica que a melhor maneira de lidar com o problema é a prevenção.
Para isso, as ações preventivas utilizarão “tecnologias bastante avançadas, a partir do monitoramento de redes paralelamente à ação da Polícia Judiciária para identificar e prender os criminosos”.
Em pesquisa realizada pela empresa norte-americana Norton, especializada em antivírus, o Brasil ocupava em 2011 o quarto lugar, em uma lista de 24 países, com maior quantidade de crimes cibernéticos aplicados.
Somente as redes do Governo Federal recebem, de acordo com a Polícia Federal, mais de 2 mil ataques por hora.
Além disso, mais de 80% dos usuários da internet já foram vítimas desse tipo de crime.
A cada 11 dias, uma nova vítima de crime cibernético é registrada no país. De acordo com a secretaria para grandes eventos, calcula-se que, anualmente, o prejuízo chegue a R$ 15 bilhões.
Os cursos vão até o dia 4 de abril, na Escola de Administração Fazendária.
No currículo, há matérias como inteligência e investigação de crimes cibernéticos, aspectos legais dos crimes cibernéticos, noções de análise e monitoramento de redes sociais e medidas de inteligência para o combate à intolerância esportiva.
“O Curso de Inteligência e Investigação de Crimes Cibernéticos visa a capacitar profissionais da área de segurança pública na análise e produção de conhecimento a partir de dados e informações que circulam no ambiente cibernético, possibilitando mitigar vulnerabilidades que ameaçam a segurança das instituições de Estado e dos próprios eventos programados, bem como para identificar e enfrentar a criminalidade praticada na rede mundial de computadores”, disse o diretor de inteligência da Sesge, Rodrigo Morais Fernandes.
O curso tem a participação de profissionais das polícias Militar e Civil e das secretarias de Segurança Pública dos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná e Rio Grande do Sul.
Participam, também, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança.