twitter (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2014 às 13h29.
Cuba declarou ilegal o projeto dos Estados Unidos para criar silenciosamente um serviço semelhante ao Twitter em Cuba para promover a oposição política, dizendo que a iniciativa mostra como Washington não abandonou sua campanha "subversiva" para minar o governo da ilha.
O governo dos Estados Unidos admitiu na quinta-feira ter criado um serviço semelhante ao Twitter em Cuba, em uma operação "discreta" destinada a promover a democracia na ilha comunista, após a revelação do projeto de 1,2 milhão de dólares em reportagem da agência de notícias Associated Press.
O Ministério das Relações Exteriores de Cuba disse em um comunicado divulgado na noite de quinta-feira que a história "mais uma vez demonstrou que o governo dos Estados Unidos não desistiu de seus planos subversivos contra Cuba, que procuram criar situações de desestabilização no país, a fim de provocar mudanças em nossa ordem política, (um objetivo) para o qual o governo dos Estados Unidos continua a dedicar orçamentos de milhões de dólares todos os anos."
Citando o direito internacional e acordos da ONU, Cuba pediu aos Estados Unidos para "cessar... as suas ações ilegais e secretas contra Cuba, que são rejeitadas pelo povo cubano e pela opinião pública internacional."
O programa foi executado pela agência norte-americana para o desenvolvimento internacional, que normalmente oferece ajuda aos pobres do mundo, e foi interrompido em 2012, segundo autoridades.
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano Marie Harf disse a jornalistas na quinta-feira que o programa não era "secreto", chamando-o de um programa de "promoção da democracia" que criou uma plataforma "semelhante ao Twitter". A plataforma foi criada por meio de um financiamento de três anos, totalizando 1,2 milhão de dólares, e usou funcionários terceirizados e bancos estrangeiros.
A reportagem da AP afirmou que o programa foi concebido para contornar as rígidas proibições de Internet em Cuba, usando companhias secretas financiadas por bancos estrangeiros. A reportagem também informou que os EUA tiveram o cuidado de esconder os laços de Washington com o projeto e usou empresas na Espanha e nas Ilhas Cayman para ocultar o rastro do dinheiro.
A plataforma atraiu 40 mil usuários, que não sabiam que a rede de comunicações havia sido elaborada por uma agência dos Estados Unidos com a intenção de fomentar a dissidência política e também não sabiam que suas informações pessoais estavam sendo coletadas, segundo a AP.