Teerã - Masih Alinejad, a jornalista iraniana que criou a página de Facebook na qual centenas de mulheres iranianas publicaram fotos com cabelos soltos em locais públicos, violando a exigência de se usar o véu islâmico, foi ameaçada de morte.
Após o sucesso da página "Nossa liberdade disfarçada", que em menos de um mês recebeu cerca de 400 mil curtidas, sua criadora, uma um repórter exilada em Londres, recebeu centenas de e-mails com insultos e ameaças, algumas delas de morte.
"Todos os dias recebo e-mails com ameaças, tanto em minha caixa do correio pessoal como na página, além das difamações nos meios de comunicação radicais iranianos, como a agência "Fars", "Raja News" e "Jeibar Online", disse Alinejad à Agência Efe.
"Vamos cortar tua cabeça diante de tua casa", "Tem que ser estuprada diante de teu filho" e "Vai morrer em breve" são algumas das mensagens enviadas por usuários anônimos.
Outras ameaças tem teor religioso: "Alá vai te matar".
Segundo a jornalista, foram publicadas notícias totalmente falsas sobre ela na imprensa iraniana, como a de que ela teria sido estuprada por três homens em Londres.
"Pode não estar de acordo com minhas ideias e discuti-las, mas insultar? Dizer que me estuprarão? Publicar que tenho relações sexuais com vários homens fora do casamento? Isto é uma forma de lavar o cérebro das pessoas", afirmou irritada.
"Trato de ignorar, mas, honestamente, às vezes não posso. Publicam coisas sujas. Em algumas ocasiões me assusto, outras não levo a sério e penso que não podem fazer nada", acrescentou.
Masih Alinejad é acusada de arruinar a imagem das mulheres iranianas e de ser antirrevolucionária (em referência à Revolução Islâmica) e anti-islâmica.
Ela, no entanto, argumenta que como jornalista sua obrigação é refletir a realidade que seu país (para onde não pode voltar).
"Há milhões de mulheres no Irã que não querem usar o hiyab (véu islâmico). Eles não podem parar isso portanto tentam parar no Facebook e no Instagram. E como assim também não podem, tratam de atacar as pessoas como eu e prejudicar sua imagem", argumenta.
A jornalista disse ainda que sua página "respeita as mulheres que decidem usar hiyab, não pretende obrigá-las a não usar, mas eles nos obrigam a usá-lo".
A iniciativa de Alinejad despertou a ira dos setores mais radicais da sociedade iraniana.
Nas últimas semanas, foram convocadas várias manifestações em Teerã para exigir que governo e a polícia respeitem a lei islâmica e o uso do que consideram um "hiyab correto", que cobre completamente corpo, braços, pernas, cabelo e pescoço, em vez do modelo mais relaxado e revelador, que muitas jovens utilizam com a chegada do calor.
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1. Os 22 piores países do mundo árabe para as mulheres viverem
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1/15 (Getty Images)
São Paulo – Entre os países do mundo árabe, o
Egito é o pior lugar para as mulheres viverem. Essa é a conclusão do um estudo da
Thomson-Reuters, que analisou a atual situação após acontecimentos importantes recentes, como a
Primavera Árabe. O assédio sexual, o aumento da violência e de grupos islamitas conservadores, que trouxeram leis discriminatórias para as mulheres, foram alguns dos fatores que colocaram o Egito na primeira colocação. O levantamento avaliou a análise de 336 especialistas em gênero em 22 países: 21 países da Liga Árabe e mais a
Síria – que foi suspensa do grupo em 2011. As questões levantadas se basearam em um documento da
ONU, a "Convenção para Eliminar Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres", que 19 países árabes assinaram ou ratificaram. Os especialistas analisaram os casos de violência contra mulher, os diretos de reprodução, o tratamento delas no núcleo familiar, sua integração com a sociedade e o trabalho nelas na economia e na política. Confira o ranking com os 22 países árabes, do pior para o melhor para as mulheres:
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2. 1. Egito
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2/15 (Getty Images)
Pontuação: 74.895
(quanto mais alta, pior) Situação das mulheres - 9 de 987 que concorreram nas eleições de 2012 conseguiram se eleger
- 27,2 milhões de egípcias foram vítimas de mutilação genital
- 99,3% já sofreu assédio sexual
- 37% são analfabetas
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3. 2. Iraque
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3/15 (AHMAD AL-RUBAYE/AFP/Getty Images)
Pontuação: 73.070
Situação das mulheres: - 72,4% das mulheres nas áres rurais e 64,1% das mulheres nas áreas urbanas precisam pedir permissão aos seus maridos para irem a uma clínica de saúde
- Iraquianas precisam de autorização de um homem para obter passaporte
- Apenas 14,5% das iraquianas adultas têm um emprego
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4. 4. Síria
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4/15 (Anwar Amro/AFP)
Pontuação: 72.390
Situação das mulheres: - Apenas 16% das mulheres trabalham
- Mais de 4 mil casos de estupro e mutilação genital contra mulheres foram relatados ao Syrian Network for Human Rights
- Mais de um milhão de mulheres sírias estão refugiadas
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5. 5. Iêmen
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5/15 (MOHAMMED HUWAIS/AFP/GettyImages)
Pontuação: 71.862
Situação das mulheres: - 210 mães morrem a cada 100 mil nascimentos
- 98,9% das mulheres já sofreram com assédio sexual na rua
- 53% das meninas completam os estudos, enquanto a taxa entre os meninos é de 73%
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6. 6. Sudão
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6/15 (ASHRAF SHAZLY/AFP/Getty Images)
Pontuação: 71.686
Situação das mulheres: - A idade mínima para meninas casarem é de 10 anos
- 730 mulheres morrem para cada 100 mil nascimentos
- Por lei, mulheres podem ser presas por usarem vestido
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7. 7. Líbano
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7/15 (JOSEPH EID/AFP/Getty Images)
Pontuação: 66.931
Situação das mulheres: - Apenas em 2004 uma mulher conseguiu uma posição ministerial na política
- Mulheres que fazem abortos ilegais (quando não correm risco de morte) podem ser presas por até sete anos
- Uma lei permite que um estuprador evite a prisão caso ele se case com a vítima
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8. 8. Palestina
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8/15 (MAHMUD HAMS/AFP/Getty Images)
Pontuação: 66.629
Situação das mulheres: - Em Gaza, 51% das mulheres casadas já sofreram abuso doméstico
- Apenas 17% das mulheres têm um emprego
- O direito ao voto veio apenas em 1996
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9. 9. Somália
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9/15 (PHIL MOORE/AFP/Getty Images)
Pontuação: 65.856
Situação das mulheres: - Em 2012, 1700 mulheres foram estupradas em campos de refugiados
- 1200 mulheres morrem a cada 100 mil nascimentos
- Apenas 39% têm um emprego. Na região controlada pelo grupo radical islâmico Al Shabaab, elas são proibidas de trabalharem
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10. 11. Bahrein
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10/15 (MOHAMMED AL-SHAIKH/AFP/Getty Images)
Pontuação: 62.247
Situação das mulheres: - Mulheres só ganharam o direito ao voto em 2002
- 30% já sofreu algum tipo de abuso doméstico
- Apenas 40% trabalham
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11. 15. Marrocos
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11/15 (ABDELHAK SENNA/AFP/Getty Images)
Pontuação: 60.229
Situação das mulheres: - Mulheres são condenadas por se separarem de seus maridos
- 56% das mulheres entre 15 e 49 anos são analfabetas
- Nos três primeiros meses de 2008, 17 mil casos de abusos contra mulheres foram denunciados. Em 78,8% deles, o acusado era o próprio marido
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12. 18. Catar
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12/15 (KARIM JAAFAR/AFP/Getty Images)
Pontuação: 58.372
Situação das mulheres: - 550 casos de abusos domésticos foram relatados em 2012
- Elas precisam de permissão de seus maridos para dirigir
- 51,8% das mulheres trabalham
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13. 20. Kuwait
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13/15 (YASSER AL-ZAYYAT/AFP/Getty Images)
Pontuação: 58.119
Situação das mulheres: - Não há leis sobre abuso doméstico ou estupro cometido pelo próprio marido
- Em 2005, elas ganharam o direito ao voto
- Elas têm direito a dez semanas de licença quando têm filhos
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14. 22. Comores
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14/15 (BORIS HORVAT/AFP/Getty Image)
Pontuação: 51.375
Situação das mulheres: - 20% dos ministérios são femininos, assim como 3% do parlamento
- 50% já sofreu abuso sexual
- 35% está no mercado de trabalho
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15. Agora conheça os melhores países do mundo para estrangeiros
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15/15 (Reprodução)