Reed Hastings (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 31 de março de 2015 às 14h43.
Um dos principais problemas para quem assina o serviço de streaming Netflix no Brasil é o conteúdo limitado em comparação ao catálogo disponível em outros países, como os Estados Unidos. Lá, as opções são muito mais vastas, com temporadas de séries mais atualizadas e filmes recém-lançados. Mas, se depender da vontade do criador e CEO da empresa, Reed Hastings, isso vai mudar.
Hastings falou sobre o assunto durante o lançamento do serviço na Austrália, na semana passada. Ele discutia o fato de muitos usuários recorrerem ao uso de VPNs, e a apps como o Hola, que mascaram o verdadeiro endereço de acesso, para obter o catálogo completo.
"A solução básica é que o Netflix se torne global e faça com que seu conteúdo seja o mesmo ao redor do mundo, de forma que não haja incentivo para o uso de VPN. Assim podemos trabalhar na parte mais importante, que é a pirataria", disse Hastings ao Gizmodo australiano.
O problema é que essa abertura não depende apenas de uma decisão da empresa. Os estúdios de Hollywood, que basicamente monopolizam o conteúdo cinematográfico disponível no serviço, tratam o tema com linha dura, redigindo contratos de distribuição específicos para cada região do planeta. Pior: recentemente, até os usuários de VPN se tornaram alvo, e o Netflix tem sido pressionado para bloquear esse tipo de acesso.
Mas Hastings insiste que a questão da VPN é pequena se comparada à da pirataria tradicional. "Um fato importante sobre a pirataria é que uma fração dela acontece porque os usuários não conseguem ter acesso ao conteúdo. Essa parte nós conseguimos consertar. Mas outra parte da pirataria ocorre porque eles não querem pagar. Essa é a parte difícil. Como uma indústria, precisamos consertar o conteúdo global", disse Hastings.
Felizmente, o CEO do Netflix não está sozinho nessa batalha. Em fevereiro, um representante da comissão europeia sobre o mercado digital também se posicionou contra o bloqueio geográfico, classificando-o como um tipo de discriminação.
Fontes: Gizmodo Austrália, TechCrunch e TorrentFreak