EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2010 às 12h35.
São Paulo - Um comerciante de 24 anos foi preso em São Paulo por obter informações confidenciais de um banco de investimentos e supostamente exigir o pagamento de US$ 500 mil para não desviar US$ 2 milhões da instituição. A prisão ocorreu na última quinta-feira (3), mas a Polícia Civil manteve o caso em sigilo até o domingo (6) para investigar se teria havido participação de outras pessoas no golpe.
De acordo com o Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), o preso, considerado um dos principais invasores de redes de dados do Brasil, admitiu a invasão do sistema do banco, mas alegou que realizou o ato com o objetivo de demonstrar a fragilidade do sistema para oferecer uma solução mais eficiente.
A polícia monitorava o comerciante, que não teve o nome divulgado, desde o dia 1º, quando funcionários do banco fizeram uma denúncia. Segundo os trabalhadores, a empresa estaria recebendo e-mails que traziam senhas de diretores e extratos de movimentações de correntistas. O remetente das mensagens, que se apresentava como 'John', oferecia um projeto de segurança para evitar o vazamentos das informações. Segundo a polícia, o número de um telefone celular fornecido por 'John' foi comprado utilizando informações pessoais de um dos diretores do banco.
Em um segundo e-mail, enviado no mesmo dia por meio de uma conta diferente, o usuário, que desta vez se identificou como 'Lino', pedia para a direção do banco o pagamento de US$ 500 mil para evitar o desvio de US$ 2 milhões.
Um encontro entre representantes do banco e o autor do primeiro e-mail foi marcado na sede da empresa, na Bela Vista, na região central de São Paulo. Policiais foram acionados para fazer o flagrante da extorsão. De acordo com o Deic, o comerciante foi reconhecido pelos investigadores por conta de outros episódios de invasão a redes bancárias.
O suspeito admitiu a invasão da rede e a obtenção dos dados do banco, mas negou ser ou conhecer o usuário 'Lino'. Segundo ele, sua intenção era demonstrar a fragilidade do sistema para oferecer uma solução eficiente. Ele também teria confessado a compra de um chip de celular utilizando dados de um diretor do banco, conforme a polícia.