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Controle de pirataria aumenta assinaturas de serviços legais, diz estudo

Segundo estudo, o bloqueio da pirataria virtual faz com que mais usuários recorram para assinaturas pagas de serviços, como a Netflix

Pirataria: após bloqueio em alguns países, números de assinaturas de streamings aumenta (Getty Images/Reprodução)

Pirataria: após bloqueio em alguns países, números de assinaturas de streamings aumenta (Getty Images/Reprodução)

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Maria Eduarda Cury

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 18h25.

São Paulo - No meio cultural, a pirataria na internet sempre foi um problema. Para combatê-lo, o mecanismo de bloqueio de sites piratas passou a ser amplamente utilizado para derrubar sites que burlassem a lei. Em diversos países, como a Alemanha, a China e a França, o governo possui um grande papel em controlar a pirataria virtual, por meio de leis e fiscalização de rede.

Em um estudo intitulado "O efeito que o bloqueio de websites piratas tem no comportamento do consumidor", por pesquisadores de quatro universidades dos Estados Unidos analisaram que quanto mais sites são bloqueados, maior é o número de usuários que se inscrevem em serviços pagos para ter acesso aos filmes e séries desejados.

No início, o website que reunia arquivos para download de filmes e séries (chamados de torrents) The Pirate Bay era o foco dos serviços bloqueadores, tendo sido banido de diversos países e até tirado do ar globalmente. Porém, isso não fez com que a pirataria diminuísse: os pesquisadores norte-americanos perceberam que, mesmo com o banimento do site em locais como o Reino Unido, a frequência de pirataria por parte dos usuários não teve uma diminuição relevante. Isso ocorreu porque os indivíduos passaram a utilizar sites alternativos, que serviam como segunda opção para o principal.

Para realizarem o artigo, os pesquisadores estudaram o efeito que o bloqueio de sites de pirataria bloqueados pelo Reino Unido causou nos usuários. Confira, abaixo, os gráficos realizados para a pesquisa, que contém números de 2014. O primeiro gráfico representa uma diminuição nas visitas para sites piratas; o segundo apresenta um aumento mediano no uso de VPNs, que são redes privadas para driblar bloqueios governamentais; e o último demonstra que as assinaturas legais para serviços de transmissão de filmes e séries via internet, como a NetflixAmazon Prime Video, aumentou consideravelmente após o bloqueio de 53 sites de pirataria no país europeu.

Bloqueios de pirataria em 2014

(Universidade Carnegie Mellon/Reprodução)

 

Em comentário no próprio artigo, os pesquisadores disseram que a quantidade de assinaturas para os serviços citados acima, entre outros, subiu de 7% para 12% em menos de um ano. Em número de assinantes, isso se converte para cerca de 50 mil novos pagantes no país.

Os pesquisadores reforçam, durante o artigo, que bloquear apenas um site não é eficaz. Eles compararam a situação com o mito grego Hidra de Lerna, onde Hidra é uma fera extremamente difícil de matar: quando se corta uma cabeça, nascem duas em seu lugar. “Bloquear um único site é como decapitar apenas uma das cabeças da Hidra. O resultado será apenas uma rede mais difusa de sites de pirataria, sem reduzir a atividade de pirataria ”, escreveram em nota na pesquisa.

Portanto, assim como fez o semideus Hércules para matar Hidra na mitologia, é necessário cortar, de uma vez, as várias "cabeças" da pirataria. “Mostramos que o comportamento dos usuários está suficientemente interrompido e que alguns aumentam o uso de canais legais e reduzem os ilegais ”, concluiu o artigo.

A pesquisa foi realizada como parte da Iniciativa de Entretenimento Digital da Carnegie Mellon University (IDEA).

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