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Consumo diário de maconha coloca em risco saúde e bem estar de usuários, diz pesquisa

Em uma análise de estudos sobre a canábis, os cientistas disseram que estes efeitos de longo prazo sobre a saúde e a vida são importantes

Maconha (Getty Images)

Maconha (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 07h22.

Os adolescentes que usam maconha diariamente correm um maior risco de se tornarem dependentes, cometer suicídio ou experimentar outras drogas e são menos propensos a ter sucesso em seus estudos do que aqueles que a evitam, disseram pesquisadores nesta quarta-feira (9).

Em uma análise de estudos sobre a canábis, os cientistas disseram que estes efeitos de longo prazo sobre a saúde e a vida são importantes, uma vez que vários países estão planejando afrouxar a legislação sobre o uso da planta. A cannabis é a droga ilícita mais consumida em todo o mundo, apesar de uma tendência para sua descriminalização em alguns países.

"Nossas descobertas são particularmente oportunas, dado que vários Estados dos EUA e países da América Latina têm feito movimentos para descriminalizar ou legalizar a canábis, levantando a possibilidade de a droga poder se tornar mais acessível para os jovens", disse Richard Mattick, professor do Centro Nacional de Pesquisa sobre Drogas e Álcool da Universidade de New South Wales, na Austrália, que co-liderou o estudo.

Usando dados de três estudos amplos e de longa duração, os pesquisadores descobriram que as pessoas que começam a fumar maconha diariamente antes dos 17 anos têm mais de 60 por cento de probabilidade menor de concluir o ensino médio ou obter um diploma universitário.

A análise cruzada também indicou que os usuários diários de canábis durante a adolescência são sete vezes mais propensos a tentar o suicídio, tem 18 vezes mais chance de dependência da substância, e são oito vezes mais propensos a usar outras drogas ilícitas na vida adulta.

"Os formuladores de políticas precisam estar cientes de que o uso precoce de canábis está associado a uma série de resultados negativos para os jovens adultos que afetam sua saúde, bem-estar, e também suas realizações", disse Edmund Silins, também do Centro Nacional de Pesquisa sobre Drogas e Álcool, que apresentou os resultados em uma teleconferência com a imprensa

LIGAÇÕES CLARAS E CONSISTENTES

Dados recentes mostram que os jovens em alguns países estão começando a usar canábis mais cedo do que antes e que mais adolescentes estão usando maconha pesadamente.

Nos Estados Unidos, cerca de sete por cento dos estudantes no último ano do ensino médio usam diariamente ou quase diariamente maconha, enquanto na Inglaterra, quatro por cento dos jovens de 11 a 15 anos informou ter usado maconha no mês passado.

Na Austrália, cerca de um por cento dos jovens de 14 a 19 anos de idade são usuários diários da droga, enquanto quatro por cento fuma semanalmente.

Silins disse que quaisquer mudanças na legislação sobre a canábis devem ser avaliadas cuidadosamente para garantir que elas vão ajudar a reduzir o consumo de maconha na adolescência e prevenir seus efeitos potencialmente adversos.

O estudo, publicado na revista Lancet Psychiatry, analisou dados de até 3.765 participantes consumidores de canábis com relação a sete efeitos no desenvolvimento até a idade de 30 anos.

Esses fatores incluíram a conclusão do ensino médio, a obtenção de um diploma universitário, dependência da cannabis, o uso de outras drogas ilícitas, tentativas de suicídio, depressão e o bem-estar.

Constatou-se associações claras e consistentes entre frequência do consumo de canábis durante a adolescência e os resultados na maioria dos jovens adultos investigados, mesmo após o controle de potenciais fatores de interferência como idade, sexo, etnia, nível socioeconômico, uso de outras drogas e doenças mentais.

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