. (Boris SV/Getty Images)
AFP
Publicado em 17 de julho de 2020 às 13h10.
Última atualização em 17 de julho de 2020 às 13h19.
À espera de uma vacina, a lavagem de mãos, máscaras e distanciamento social são os meios mais eficientes de combater o coronavírus. Mas serão suficientes quando dezenas de milhões retornarem às escolas, ou ao local de trabalho?
Pesquisadores procuram maneiras de tornar seguros os espaços fechados que gradualmente voltam a reunir pessoas, enquanto vacinas e tratamentos para a COVID-19 ainda estão em desenvolvimento.
Os cientistas estão muito preocupados com a propagação aérea de microgotas com coronavírus a distâncias superiores a dois metros.
Filtros de alta eficiência conhecidos como HEPA, cuja tecnologia surgiu no mercado na década de 1950, são amplamente utilizados em hospitais, laboratórios e aeronaves. Sua malha captura micróbios minúsculos, e um ventilador espalha o ar limpo.
Apesar de serem úteis, os filtros ficam contaminados e devem ser destruídos.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Houston e do Galveston National Laboratory demonstrou, recentemente, a eficiência de um novo tipo de filtro baseado em uma camada ultrafina de espuma de níquel.
Ao aquecer a espuma a 200°C, conseguiram eliminar 99,8% dos vírus SARS-CoV-2 em uma sala. A espuma é isolada para não superaquecer o local. O sistema pode ser usado em aparelhos de ar-condicionado e unidades móveis.
A chave para sua eficiência é a rapidez com que pode renovar grandes volumes de ar.
As lâmpadas que operam em uma área do espectro luminoso conhecida como UVC são usadas há muito tempo para matar bactérias, vírus e fungos, especialmente em hospitais e fábricas de alimentos.
O problema é que essa luz pode causar câncer de pele, ou prejudicar a visão.
Pesquisadores da Universidade de Columbia trabalham há anos em um novo tipo de lâmpada UVC, cujo comprimento de onda de 222 nanômetros as torna mais seguras para os seres humanos, mas mortais para micróbios.
No mês passado, uma equipe liderada pelo médico David Brenner publicou na Scientific Reports um relatório, mostrando que essa tecnologia mata 99,9% dos coronavírus no ar.
"Nós realmente precisamos de algo para lugares como escritórios, restaurantes, aviões, hospitais", disse Brenner à AFP.
Contrair o vírus por contato também é um risco potencial, motivo pelo qual se insiste em lavar e desinfetar as mãos com frequência.
Os revestimentos autodesinfetantes estão em uso há mais de uma década, especialmente em hospitais.
Especialistas da Universidade do Arizona propuseram recentemente o uso mais extensivo desse tipo de revestimento para conter o coronavírus.
Em 10 minutos, uma cobertura antiviral de um polímero de amônio desenvolvido pela empresa Allied BioScience reduziu em 90% a quantidade de um tipo de coronavírus intimamente relacionado ao SARS-CoV-19.
Esse revestimento "desnatura" as proteínas do vírus e ataca suas membranas protetoras. A substância incolor é pulverizada nas superfícies e deve ser reaplicada a cada três a quatro meses.
"Não substitui a limpeza e a desinfecção regulares, mas é uma cobertura entre as limpezas regulares", disse à AFP o microbiologista Charlkes Gerba, que liderou o estudo.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos disseram, porém, que a transmissão por contato com superfícies não é a principal maneira de espalhar o vírus, como inicialmente se pensava.