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Conheça os tablets que podem ameaçar o iPad

Nos últimos dois anos, o iPad reinou absoluto no mercado de tablets. Agora, ele terá que dividir o espaço com o Nexus 7 e o Surface, da Microsoft


	iPad, da Apple: Enfrentar a soberania do iPad não é fácil
 (Matthew Loyd/Getty Images)

iPad, da Apple: Enfrentar a soberania do iPad não é fácil (Matthew Loyd/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 16h02.

São Paulo - O Nexus 7, do Google, tem uma loja de aplicativos turbinada. Já o Surface, da Microsoft, é compatível com programas para Windows. Os dois tablets chegarão ao mercado nos próximos meses com o desafio de tomar espaço da Apple. Conseguirão?

Nos últimos dois anos, o iPad reinou absoluto no mercado de tablets. Dono de 63% das vendas mundiais, o tablet da Apple é a estrela de uma categoria de produtos criada a partir de seu próprio lançamento, em 2010. Apesar da liderança, não faltam competidores. Produtos como o Eee Pad Transformer, da Asus, e o Inspiron Duo, da Dell, chegaram com a fama de matadores do iPad, mas não tiraram sequer uma casquinha do brilho do tablet da Apple. Quem ficou mais perto disso foi o Galaxy Tab, da Samsung, vice-líder do mercado, mas com apenas 7% de participação.

Agora, dois novos produtos se posicionam como bons desafiantes: o Nexus 7, do Google, e o Surface, da Microsoft. Apresentados no meio do ano, eles são peças estratégicas das duas concorrentes que podem levar perigo ao império da Apple. Motivos para apostar nesse mercado não faltam. Segundo a consultoria Transparency Market Research, as vendas de tablets cresceram 276% no ano passado e atingiram 67 milhões de unidades. Até 2015, esse número deve aumentar quase quatro vezes.

Enfrentar a soberania do iPad não é fácil. Mais do que em qualquer área do mundo digital, a competição no campo dos dispositivos móveis depende de um conjunto complexo de fatores. Começa com o próprio gadget e suas características de hardware. Mas a receita para o sucesso inclui um número alto de aplicativos disponíveis para a plataforma e o interesse dos desenvolvedores em criar novidades. Outros itens são o design, o conteúdo, o sistema operacional e a experiência de uso, conjunto que explica a liderança do iPad.

A Microsoft investiu no design do Surface. Já o Google trouxe para o Nexus sua imensa oferta de livros. Apresentados em junho, ainda é cedo para dizer se os dois tablets vão conseguir brigar de igual para igual com o iPad. INFO destaca os pontos positivos (e negativos) de cada um deles.


Nexus tem bom conteúdo

O Nexus 7, do Google, já existe e até desembarcou no INFOlab para uma bateria de testes. Com um projeto simpático, ele tem tela de 7 polegadas (contra 10 do iPad), pouco espaço de armazenamento e não traz câmera para fotos e vídeos nem entrada para cartão de memória. Está equipado com o Nvidia Tegra 3, processador quad core que faz com que o Android 4.1 seja bastante ágil. Por causa do tamanho e do peso (340 gramas), é confortável usá-lo com uma mão para ler, ver filmes em alta definição ou navegar na web.

O Nexus 7 marca a arrancada do Google Play em direção aos periódicos. A empresa integrou a loja de aplicativos ao Google Books, serviço online que oferece mais de 4 milhões de livros em seu catálogo. Além da livraria, a loja de apps oferece banca de revistas, venda de música, filmes e seriados.

O objetivo do Google é reforçar bastante o conteúdo, calcanhar de aquiles do Android. Se a intenção é boa, na prática a empresa ainda tem muito trabalho a fazer. Quem lê revistas no iPad já notou que as páginas são exibidas quase em tamanho natural e enriquecidas com multimídia e interatividade.

No Nexus 7 não é assim. Os testes do INFOlab mostraram que as revistas são apresentadas em formato PDF, o que impõe uma leitura mais rígida e sem interatividade. Ou seja, a experiência ainda é pobre em comparação com a oferecida pelo tablet da Apple.

A grande aposta do Google para o Nexus 7 é o custo/benefício. Nos Estados Unidos ele é vendido por 199 dólares, ou 2,5 vezes menos do que o iPad mais simples. Não há outro tablet equipado com um processador quad core nessa faixa de preço.


Surface em duas versões

O cenário para o Surface, da Microsoft, é diferente. Ninguém ainda colocou as mãos nele. Tudo o que se sabe vem das informações fornecidas pela Microsoft. O tablet terá dois modelos: o Surface e o Surface Pro. O primeiro é um dispositivo de 10,6 polegadas, equipado com tela de alta definição e processador ARM, o chip encontrado em boa parte dos smartphones e tablets. É um hardware concebido para rodar o Windows RT, uma versão do sistema específica para esse tipo de processador e que tem apenas a nova interface do sistema operacional, o Metro. Ou seja, só é compatível com aplicativos feitos para essa interface.

O Surface Pro é mais do que um tablet. Tem tela de 10,6 polegadas, oferece vídeo com melhor definição (full HD) e é equipado com um processador Intel. Roda o Windows 8 Pro, o mesmo sistema que estará nos PCs de mesa e nos notebooks. Assim, além de ser um tablet de operação idêntica à do Surface, o Pro é também um notebook. Isso significa que será capaz de rodar todos os aplicativos Metro e também os programas tradicionais do Windows. Para quem é usuário do sistema, em tese, isso significa uma boa vantagem para o produto.

O design do Surface, feito com esmero, parece atender ao objetivo de mostrar que é possível ter uma alternativa tão atraente quanto o iPad, mas sem imitar o padrão Apple. Há no gabinete um apoio integrado, que se afasta, formando um cavalete para manter o gadget curvado sobre a mesa. A capa que protege a tela é também um teclado de 3 milímetros de espessura. Com isso, o Surface poderá ser operado por meio de toques e por um teclado real.

A versão Pro traz ainda uma caneta que permite fazer anotações e desenhos na tela. Embora não tenha definição de preço, sabe-se que o Surface será mais caro do que os tablets produzidos por outros fabricantes de PCs. O motivo? Ele quer figurar no topo da categoria e ser uma espécie de exemplo a ser seguido.

O Surface não é a primeira tentativa da Microsoft no mundo das telas sensíveis ao toque. A primeira foi o sistema Windows for Pen Computing, apresentada em 1991. Era uma versão do Windows 3.11 para gadgets operados com caneta. Não deu certo. Veio depois o Windows XP Tablet Edition, em 2002. Notebooks como o Compaq Tablet PC, da HP, conquistaram espaço no mercado, mas nunca decolaram. Houve ainda uma mesa sensível ao toque. Também batizada de Surface, ela foi lançada em 2008 e era voltada para estabelecimentos comerciais.

Ainda não se sabe quando os dois novos tablets vão chegar ao Brasil. Nos Estados Unidos, concorrerão com o Kindle Fire, da Amazon, cujo modelo de negócio está focado na venda de conteúdo. Há hoje mais de 1 milhão de livros e revistas disponíveis. Com preço subsidiado (199 dólares), o Fire vendeu, no último trimestre de 2011, 6 milhões de unidades, o equivalente a 54% do mercado americano de tablets com Android. Resta saber se o Nexus 7 e o Surface conseguirão ter o mesmo desempenho.

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