Donald Trump: ex-presidente dos Estados Unidos ainda afirma falsamente que as eleições foram fraudadas (MANDEL NGAN/AFP/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 12 de maio de 2021 às 07h00.
Última atualização em 12 de maio de 2021 às 07h47.
Após ser banido das redes sociais e perder as eleições presidenciais dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump decidiu buscar outra forma de ter sua voz escutada: uma rede social só sua, sem qualquer restrição de moderadores.
As contas de Trump no Facebook e no Twitter foram suspensas após acusações de que suas publicações incitaram violência, mais especificamente que levaram a invasão ao Capitólio no dia 6 de janeiro, quando eleitores do republicano tentaram impedir a oficialização da vitória de Joe Biden.
Na tentativa de controlar o público, Trump pediu aos seus partidários para "voltarem para casa", enquanto repetia mentiras sobre a integridade da eleição presidencial. Era tarde demais: o tumulto levou a cinco mortos e atualmente mais de 150 pessoas já foram denunciadas.
Desde então, Trump vem afirmando que voltaria as redes sociais com sua própria plataforma. Em entrevista feita para a Fox News, o conselheiro da campanha de Trump, Jason Miller, afirmou que a rede social iria "redefinir o jogo, todos irão olhar para o que vai acontecer". Ainda segundo o conselheiro, a plataforma seria "grande" e com "dezenas de milhões de pessoas".
A realidade é bem diferente da afirmação de Miller. Primeiramente, o que Trump acabou lançando no início de maio não é uma rede social, e sim um blog.
Intitulado From The Desk of Donald J. Trump ("Da Mesa de Donald J. Trump", em português), o site lembra tanto um blog no WordPress quanto a página de algum usuário no Twitter, com uma série de publicações curtas feitas pelo próprio ex-presidente.
De acordo com dados compilados pela BuzzSumo, empresa de análise de mídia, o blog de Trump recebeu pouco mais de 212.000 engajamentos em sua primeira semana no ar.
Em comparação com o tuíte mais famoso do republicano, no qual ele anunciou que havia testado positivo para covid-19 em outubro do ano passado, a diferença é imensa: foram 1,5 milhão de curtidas e 900.000 retuítes.
Quem tiver interesse pode se inscrever para ser notificado quando Trump publicar uma mensagem em seu site e também pode compartilhar as publicações via Facebook e Twitter.
As postagens têm a opção de deixar uma curtida e qualquer pessoa, mesmo quem não tiver conta, pode deixar seu like. Curiosamente, a curtida não pode ser desfeita depois de clicada.
O conteúdo das postagens continua sendo bastante político. Trump endossa alguns políticos, enquanto critica outros. Em uma postagem no dia 7 de maio, o ex-presidente fez uma publicação sobre a eleição de Joe Biden, ainda falsamente afirmando que houve fraude no processo eleitoral: "O Senado do Estado de Michigan já começou sua revisão das Eleições Presidenciais Fraudulentas de 2020 [sic] ou está prestes a começar? Caso contrário, eles devem ser expulsos do cargo", disse Trump em um trecho.
Ao que tudo indica, a falta de engajamento no blog de Trump pode significar que, sem as redes sociais tradicionais, será difícil manter sua voz em alto e bom som.
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