wi-fi (güneş in wonderland / Flickr)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2014 às 18h17.
Apesar da promessa inicial, nem todos os estádios da Copa do Mundo oferecerão uma rede Wi-Fi para torcedores aproveitarem. Mesmo assim, as conexões gratuitas do tipo estarão disponíveis não só em seis das doze construções, mas também nas ruas de São Paulo, por exemplo, e em bares, restaurantes e outros estabelecimentos aonde pessoas irão para assistir aos jogos. Só que junto dessa boa alternativa aos congestionados 3G e 4G, ainda aparecem alguns riscos.
O maior deles é o de que alguém esteja espionando o tráfego ou mesmo roubando suas informações, explicou a INFO Leonardo Bonomi, diretor de Tecnologia e Suporte da empresa de segurança Trend Micro. E essa interceptação de dados pode acontecer basicamente porque o usuário está compartilhando uma mesma rede com diversas pessoas, dentre as quais pode muito bem estar uma mal-intencionada.
Por mais segurança que isso acabe passando, conectar-se apenas a redes protegidas por senhas não é exatamente a melhor forma de se prevenir de possíveis "invasões" em notebooks, smartphones e tablets. A proteção por senhas é ilusória, diz Bonomi, que afirma que essa barreira colabora apenas para diminuir o número de gente tentando usar a mesma conexão. Não deixa de ser uma ajuda mas a prevenção e a redução dos riscos mesmo envolvem ainda mais alguns passos.
Dicas de prevenção Segundo o especialista, o primeiro deles é identificar a rede à qual você está tentando se conectar: o ideal é preferir sempre os hotspots oficiais, normalmente identificados no próprio evento. Isso é ainda mais importante caso seja necessário um cadastro para utilizá-lo vale a pena sempre avaliar onde você está colocando seus dados pessoais, de acordo com um manual divulgado por outra empresa de segurança, a AVG. Se você não estiver efetuando uma compra, não há motivos para que informe seu endereço, número de telefone e informações do cartão de crédito, afirma a empresa.
A dica de Bonomi é importante principalmente para fugir de possíveis Wi-Fis golpistas. O especialista da Trend citou um exemplo de um hotspot aberto e funcional detectado certa vez em um aeroporto, que na verdade estava ligado ao notebook de um ladrão. O criminoso conseguia, com isso, interceptar todo o tráfego de dados de usuários que aproveitavam para navegar usando a rede.
Outra dica é utilizar suítes de segurança em smartphones e tablets (e computadores, é claro), que podem identificar a reputação de sites acessados automaticamente. Assim, caso uma interceptação aconteça e o invasor consiga redirecionar o usuário para uma página falsa do Facebook, por exemplo, o aplicativo de proteção deverá alertá-lo.
Bonomi também recomenda que donos de dispositivos móveis mantenham as conexões Wi-Fi e Bluetooth desligadas caso estejam longe de um ambiente confiável. Dessa forma, os aparelhos não correm o risco de se ligar automaticamente a uma rede ou dispositivo possivelmente malicioso e ainda economizam bateria. Se precisar usar a internet, ligue o Wi-Fi na hora e siga a primeira dica.
Fora isso, o especialista da Trend ainda afirma que o melhor a se fazer é realmente evitar acessar sites de bancos ou fazer compras online quando se conectar a um hotspot público o foco dos criminosos que invadem uma rede, segundo ele, vai ser quase sempre em dados financeiros. Mas se for imprescindível, o ideal é fazer tudo em uma conexão segura e por meio de um aplicativo, que roda isolado no smartphone ou tablet e evita os sites falsos.
Para donos de notebooks que por acaso precisarem utilizar uma rede aberta, convém desativar o compartilhamento de arquivos e pastas o quanto antes. Isso, aliado a um Firewall ativado, ao uso intensivo do SSL (sempre preferir o HTTPS na hora de abrir um site, usando ferramentas como o HTTPS Everywhere) e talvez até a adoção de uma Virtual Private Network (VPN, como Tunnel Bear ou essas aqui), já deve dificultar bastante o acesso indevido do tráfego e das informações guardadas na máquina por algum eventual invasor.
Da parte do administrador Para não ficar apenas nos usuários, vale mencionar que responsáveis pelos hotspots também têm seu papel na proteção dos internautas e da rede, de acordo com Bonomi. E a prevenção de crimes começa no básico (e até óbvio): É importante que o ponto de acesso esteja em um lugar seguro, afirma ele. Ou seja, nada de deixar o roteador exposto ou aberto.
Usar algum sistema de monitoramento para encontrar esses tipos de ataque também é uma boa solução proposta pelo especialista. De acordo com ele, os programas podem detectar movimentações suspeitas e, com isso, ajudar a minimizar eventuais roubos de dados.