Circulador: ele consegue isolar os dados de recebimento e dos que o celular está enviando (Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 19h58.
São Paulo - Um circuito criado por pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, pode dobrar a velocidade de internet nos smartphones, nos tablets e nos notebooks, bem como em outros dispositivos que usam Wi-Fi.
Com a invenção, chamada de circulador (circulator), é possível enviar e receber dados ao mesmo tempo, evitando pausas entre os processos.
Essa técnica é conhecida como comunicação “full-duplex”.
Atualmente, os celulares precisam revezar os momentos de enviar e receber dados.
Como indica o MIT Technology Review, é como se duas pessoas que conversam precisassem de momentos específicos para falar e para ouvir.
O novo circulador consegue isolar os dados de recebimento e dos que o celular está enviando, dessa forma, aumentando a velocidade de internet para o usuário de dispositivos conectados, e, talvez, até mesmo reduzindo custos de operação para operadoras de telefonia.
“É muito barato, compacto e leve”, disse sobre o componente Andrea Alù, professor associado que conduziu o estudo. “É ideal para um celular.”
Os circuladores já são usados em sistemas de radares, mas eles usam imãs fortes feitos de metais terrestres raros.
Isso faz com que os dispositivos fiquem grandes demais caber em smartphones ou em notebooks.
O novo circuito evita o uso de imãs e utiliza somente os componentes convencionais de um circuito.
O dispositivo de 2 cm de comprimento poderia ser minimizado com pequenas modificações de design para ser usado em dispositivos móveis, já que ele é, basicamente, uma peça que deve ser colocada atrás da antena do smartphone.
A adoção da nova tecnologia em smartphones pode resultar em downloads mais velozes, menos ligações interrompidas e uma maior qualidade geral na comunicação.
O circulador pode ser ajustado para diversas frequências, segundo Alù.
O professor associado descreve o circulador como um círculo de tráfego de três estradas, em forma de cabos.
Os sinais podem viajar para dentro ou para fora do dispositivo em todas estas vias. O novo projeto é descrito em detalhes por Alù e seus colegas em um artigo na revista Nature Physics.