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Compare Games anuncia retorno após hiato de quatro anos — e nova estratégia para 'fisgar' os gamers

Comparador de preços de jogos que fez grande sucesso na década de 2010 acaba de ser relançado com nova proposta gamificada, visual repaginado, integração com o Discord e conteúdos exclusivos

Leonardo Leme: CEO do Compare Games (Divulgação)

Leonardo Leme: CEO do Compare Games (Divulgação)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 12h11.

Última atualização em 18 de dezembro de 2024 às 12h13.

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No mundo dos negócios, não é raro uma empresa tentar uma segunda vez. É o caso da Compare Games, que está de volta. Após quatro anos fora do ar, a plataforma de comparação de preços de jogos físicos anunciou nesta quarta-feira, 18, que será relançada no dia 14 de janeiro.

Com razoável sucesso no início da década passada, a plataforma confirmou seu retorno oficial em novembro, mas com uma série de mudanças no serviço. Além das compra de jogos e gift cards digitais diretamente no site, o Compare Games agora terá um sistema gamificado, integração com o Discord, uma identidade visual renovada, interface prática e conteúdos exclusivos.

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No lançamento, os usuários terão acesso a cerca de 3 mil jogos digitais, e uma biblioteca com informações sobre marcas e games que marcaram gerações, e a ferramenta tradicional de comparação de preços de mídias físicas.

De acordo com Leonardo Leme, CEO do Compare Games, as atualizações devem surpreender o público assíduo dos bons tempos da plataforma e impulsionar o alcance de novos usuários.

"O Compare Games tinha uma base de 170 mil usuários ativos no momento da pausa e quase metade deles seguem inscritos no serviço, tamanha a relação estabelecida", explica.

A partir de 2025, o site oferece recursos adicionais que ampliam as funcionalidades já conhecidas pelos usuários. Entre os destaques está o programa de fidelidade, que permite acumular pontos por ações como publicar comentários, criar análises ou comprar produtos. Esses pontos poderão ser usados para ranquear usuários e oferecer benefícios exclusivos, que serão divulgados em breve.

Plataforma da Compare Games terá layout e funcionalidades aprimoradas

Plataforma da Compare Games terá layout e funcionalidades aprimoradas (Divulgação)

“Aprimoramos as principais funcionalidades já conhecidas pela comunidade e trouxemos outras que elevam ainda mais a experiência dos jogadores. A ideia é que o Compare Games se torne um ecossistema completo para qualquer fã ou entusiasta de videogame”, diz Leme.

Outra novidade é a expansão do sistema de comparação de preços, que agora inclui periféricos, acessórios e gadgets voltados ao público gamer. Isso significa que, além dos jogos físicos, os usuários poderão pesquisar preços de produtos como headsets, teclados, mouses, mousepads e joysticks, tanto para PCs quanto para consoles.

“Conteúdo é parte importante da plataforma, e o Compare Games passa a ser também um espaço de conhecimento sobre esse universo. Além disso, o blog do Compare Games levará aos usuários novidades regulares sobre lançamentos, reviews, dicas, curiosidades e muito mais”, diz Leme.

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Um segmento cada vez mais caro

O Brasil está entre os cinco países com maior número de jogadores de games no mundo e figura entre os 10 que mais geram receitas para o setor. Em 2022, o segmento movimentou US$ 2,7 bilhões no país, e as projeções indicam que esse valor deve alcançar US$ 3,5 bilhões até 2025. Esse ritmo acompanha uma taxa de crescimento anual estimada em cerca de 10% desde 2020, de acordo com dados recentes da consultoria Newzoo, especializada no mercado global de jogos.

Em relação ao perfil dos gamers brasileiros, a faixa etária predominante é de 25 a 34 anos (25,5%), seguida pela de 16 a 24 anos (17,7%). As mulheres representam a maioria, com 51% do total. Enquanto que o celular se destaca como o dispositivo preferido de 48,3% dos jogadores, com 20% optando por outras plataformas, segundo a Pesquisa Game Brasil.

O consumo também acompanha uma série de transformações que a indústria passou nos últimos anos, especialmente no que diz respeito à transição de mídia física para digital. Mas o aumento dos preços dos jogos tem sido um grande desafio para as publicadoras e consumidores, não apenas no Brasil, como também em outras partes do mundo.

Para se ter uma ideia, o ano de 2023 marcou uma nova fase para a indústria de games, com chegada de jogos a US$ 70. Segundo uma publicação do site IGN, a Microsoft passou a adotar no início de 2024 o novo padrão de preço para seus principais lançamentos, abandonando o valor tradicional de US$ 60.

Títulos como "Forza Motorsport", "Redfall" e "Starfield", todos lançados em 2023, foram os primeiros a chegar ao mercado com essa faixa de preço. O movimento segue a tendência iniciada por grandes empresas, como Sony, Ubisoft e Take-Two. Para os consumidores brasileiros, o impacto já é sentido no bolso. Se o dólar mantiver o valor atual, os preços de lançamento de jogos top de linha podem chegar a pelo menos R$ 400.

O debate sobre o aumento no preço dos jogos AAA ganhou força em 2020, com a chegada dos consoles PlayStation 5 e Xbox Series X/S. Antes disso, a última grande mudança ocorreu em 2005, no início da geração PlayStation 3/Xbox 360, quando os valores subiram de US$ 50 para US$ 60.

Além das mudanças no mercado e o impacto da inflação, os preços também foram impactados pelo aumento nos custos de produção. Em entrevista ao site GamesIndustry.biz, Yoshio Osaki, CEO da consultoria IDG, especialista na indústria de games, explicou que o encarecimento foi provocado por fatores como tecnologia mais avançada e expectativas elevadas dos consumidores em relação à qualidade dos jogos.

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